A palavra do sânscrito “mandala”- “manda” (“essência”) e “la” (“conteúdo”) - é compreendida como esfera da essência ou círculo da totalidade. São imagens circulares que podem ser desenhadas, pintadas ou configuradas plasticamente com inúmeros materiais.
“Existem tipos diferentes de mandalas, que são criadas com motivaçõesbastante distintas: religiosas, terapêuticas e artísticas.

É um símbolo universal, que representa a totalidade”, explica Myrian Romero, arteterapeuta certificada pela Mandala Assessment Research Instrument e pela Creating Mandala Program Suzanne Fincher. Ministrando workshops e cursos de mandalas terapêuticas
e arteterapia em todo o Brasil, ela explica que, quando alguém cria uma mandala em ambiente terapêutico, faz emergir lá do fundo sentimentos, crenças e conteúdos internos, que, por outras vias, nem sempre podem ser acessados e ou expressos.

“Mesmo quando aspectos bastante desafiadores são mobilizados, só o fato de terem vindo à tona, de terem sido liberados, produz uma inegável sensação de alívio”, explica Myrian.

A mandala tem o poder de integrar as forças opostas que surgem do universo interno, proporcionando maior equilíbrio emocional. “Ela traz centramento e promove uma organização interna. Permite que o paciente explore questões íntimas de forma gentil, mas não menos profunda”, comenta a arteterapeuta. 

A mandala favorece o contato com aspectos saudáveis da natureza interna, “mas que, dependendo da forma como estamos vivendo e do nosso estilo de vida, ficam inconscientes. Criar mandalas estimula o impulso natural de cura, integração e plenitude”, diz Myrian. 

Para Jung, a mandala possui dupla eficácia: conservar a ordem psíquica, se ela já existe, ou restabelecêla, se ela desapareceu.

DESAFIOS E TALENTOS. As mandalas podem revelar que “nesta dimensão não guardamos somente desafios, sombras, medos, raiva, nossos mecanismos de defesa, situações inacabadas e traumas. 

Guardamos também talentos, núcleos de força, confiança, espaços internos de paz e serenidade, a sensação de pertencimento e conexão com o todo, a necessidade de beleza, sentimentos verdadeiros de compaixão, ternura e generosidade”, observa
a arteterapeuta. 

Myrian criou o método das seis pétalas para favorecer a aprendizagem e aplicação do conhecimento da mandala terapêutica de forma mais clara e eficiente. 

“As três pétalas dentro do triângulo com o vértice para cima formam o corpo teórico e prático desse conhecimento. A arte como forma de expressão espontânea e natural. O poder curador da linguagem não verbal. 

Ela propõe que precisamos sair do condicionamento cotidiano e cultivar nossos aspectos saudáveis, para nosso pleno florescimento”, ensina Myrian.

No sistema das seis pétalas, a meditação é vista como um caminho para um estado de presença focado, equilibrado e disponível para uma ação saudável no mundo. As três pétalas dentro do triângulo com vértice voltado para baixo representam as três diferentes dimensões onde a mandala pode ser benéfica: a individual (autoconhecimento), a relacional (cuidado com as relações) e a social (cuidar do mundo).

“No método, a pessoa é analisada de forma integral, e as dimensões físicas, psíquicas e espirituais são consideradas”, comenta a arteterapeuta. 

Segundo ela, “desde a sensibilização para que a pessoa entre em contato com ela mesma, passando pela criação da mandala, pela elaboração do conteúdo que surgir e pela meditação contemplativa,
tudo está interligado nas seis pétalas, estabelecendo sempre a conexão corpo/mente/espírito, estimulando a saúde integral e
maior equilíbrio interno paraservir melhor ao mundo”.

Para saber mais: www.ceimas.com.br e pelo YouTube: Myrian Romero –


Cores revelam padrões entre a existência e a estrutura do cosmo

As cores que elegemos para pintar as mandalas dizem muito sobre
nós. “Elas expressam nossas emoções e nossos sentimentos mais profundos e informam com mais clareza como estamos vivendo
algum aspecto interno, com mais ou menos clareza, fazendo contato com a experiência ou apenas tateando. Se estamos lidando
com a questão revelada de forma visceral ou só mentalmente”, analisa a arterapeuta Myrian Romero.

Tudo isso e um pouco mais pode ser observado por meio das cores que têm muitas nuances. “A mandala pode ser pintada de forma
mais suave ou mais intensa, e todos esses detalhes fazem diferença, assim como o lugar dentro do círculo onde colocamos determinada cor. São indicações distintas que têm análises específicas”, diz Myrian. 

As mandalas podem também ser um elo com o sagrado. “Quando estamos envolvidos e entregues a uma atividade artística, como
a criação de uma mandala, nossa frequência de ondas cerebrais muda. É como uma meditação ativa. Nesse estado de maior
atenção e presença restabelecemos espontaneamente a conexão com nossa natureza mais profunda, interconectada a tudo”, ressalta a arteterapeuta.

Segundo ela, é bastante comum que nesses momentos “o indivíduo crie mandalas que revelam nitidamente padrões de unidade
entre a sua existência humana e a estrutura do cosmo. Percebemos
concretamente essa conexão, como um espaço de silêncio, amor e luz”, observa Myriam. (AED)

Benefícios

- Promove o autoconhecimento de forma profunda e criativa;
- Desenvolve a habilidade de foco e centramento;
- Facilita os processos de descarga emocional de forma segura e curativa;
- Propicia o relaxamento do corpo e da mente, restabelecendo a sensação de segurança;
- Estabelece a organização interna e o bem-estar genuíno;
- Alivia os processos de ansiedade;
- Trabalha a pessoa nos níveis físico, emocional e energético;
- Desperta uma conexão mais verdadeira consigo mesmo e com os outros;
- Estimula a criatividade e o poder de decisão ao lidar com as escolhas.