Autoconhecimento

Viagem do espírito fora do corpo

Experiência acontece geralmente no momento do sono, quando o metabolismo diminui


Publicado em 04 de fevereiro de 2020 | 14:17
 
 
 
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Você já despertou durante a noite e descobriu que não podia se mover? Tentou desesperadamente gritar, mas não conseguiu? A sensação era a de que uma força invisível imobilizava os seus movimentos e calava a sua voz? 

Essas são sensações de quem vivencia a saída temporária do espírito além dos limites físicos. O fenômeno é conhecido como experiência fora do corpo, viagem astral, projeção da consciência, emancipação da alma e desprendimento espiritual. 

Quem fala com propriedade sobre o assunto é Wagner D’Eloi Borges, 58, pesquisador espiritualista, projetor extrafísico, conferencista, escritor e autor de 12 livros sobre a temática projetiva e espiritual, entre eles a série “Viagem Espiritual”, sobre as experiências fora do corpo. Em 1988, ele criou o Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas.

“Esse é um fenômeno em que ocorre, geralmente, durante o sono. A pessoa vivencia a sensação de sair do próprio corpo como se sua parte mental ou espiritual se desprendesse extrafisicamente para outros planos”, explica Borges.

Ele começou a ter essas experiências fora do corpo, de forma espontânea, quando tinha 15 anos. “Eu dormia, mas acordava durante a madrugada com sensações desconfortáveis que não sabia explicar. Meu espírito era livre. Flutuava sobre meu corpo, eu o via deitado na cama, dormindo, como se eu fosse um ser separado da matéria. O corpo estava vazio de mim. Eu atravessava as paredes da casa e via a rua”, relembra o estudioso.

A experiência para quem não está acostumado com o fenômeno é assustadora. Para esclarecer o assunto, o conferencista estará em Belo Horizonte ministrando uma palestra (ver agenda)

Segundo ele, durante o sono, o metabolismo cardiorrespiratório relaxa, assim como o padrão de ondas cerebrais. “É quando a pessoa vivencia a saída do corpo. Quando retorna, ainda se encontra nesse estágio e em estado alterado de consciência. Ela tenta se mexer e falar e não consegue. O medo faz com que as glândulas suprarrenais disparem uma carga de adrenalina no sangue, acelerando o batimento cardíaco, e aí ela acorda ofegante”, diz o conferencista.

Ele comenta que o cérebro humano emite quatro padrões de ondas elétricas que são medidas pelo eletroencefalógrafo. “A onda beta ocorre quando estamos em vigília; a onda alpha, no estado de relaxamento, quando a pessoa está cochilando. É durante as fases theta e delta que há a experiência fora do corpo, quando o indivíduo está em sono profundo, em estado alterado de consciência”, explica Borges.

Ele ressalta que somos consciências espirituais e sempre existimos: “O espírito entra e sai dos corpos perecíveis ao longo de sua evolução. Durante esse estado, ele pode se encontrar com seres espirituais elevados que podem aportar novos conhecimentos que não existem no plano físico”. 

O estudioso diz que é importante que as pessoas busquem informações confiáveis para saber mais sobre o assunto. “Existe muita literatura a respeito do tema. Há 21 anos tenho o programa “Viagem Espiritual”, aos domingos, às 11h30, na rádio Vibe Mundial de SP, 95,7 FM. As pessoas podem também acessar o site www.ippb.org.br


AGENDA: A palestra “Experiência fora do corpo e sintomas projetivos” acontecerá no próximo dia 11, às 20h, na rua Juacema, 270, sala 601, no bairro da Graça, em Belo Horizonte. Informações: (31) 99994-7839 e (31) 9777-5813.

MITOS
- É o diabo que agarrou a pessoa durante o sono;
- Na viagem astral, outro espírito desencarnado pode tomar o corpo da pessoa definitivamente; 
- Ao longo do fenômeno, uma entidade espiritual trevosa pode desligar a pessoa da matéria.


Nem toda pessoa se lembra da experiência
Nem todas as pessoas se lembram de suas viagens astrais. “Quando o indivíduo está no estado de vigília, os acontecimentos são registrados pelo cérebro. No estado alterado de consciência, a experiência ocorre fora do seu corpo e também do seu cérebro.

Quando o espírito se encaixa novamente na matéria, o cérebro tenta travar a experiência porque ela foi vivida extrafisicamente. As ondas cerebrais da vigília se impõem, e o cérebro pode misturar imagens e sonhos, soterrando as memórias dessa experiência”, observa Wagner Borges.

Segundo ele, todas as pessoas passam pela experiência extrafísica, mas algumas têm mais facilidade de se lembrar, como sensitivos, curadores espirituais, médiuns, iogues e estudantes espirituais. “Quando a pessoa volta da viagem astral e dorme durante algumas horas, o cérebro tende a apagar essa memória. Quando a pessoa volta da experiência e acorda, ela retém a memória completa”, ressalta Borges. (AED)

A consciência se altera após saída espiritual
Vários são os motivos para que o espírito abandone temporariamente o corpo. “Da mesma forma que o corpo físico precisa de nutrientes, como água, ar e comida, o corpo espiritual ou sutil também tem necessidade de nutrientes energéticos oriundos do plano espiritual de onde veio”, comenta Wagner Borges.

Ele conta que, uma vez fora do corpo físico, o espírito recarrega suas energias. “Ao se desprender da matéria, a pessoa percebe que não é apenas seu corpo físico, e novos horizontes se apresentam.

Ela entende que existe enquanto ser espiritual, independentemente do corpo humano. Essa vivência traz o questionamento em relação à imortalidade da consciência”, defende o estudioso.

Durante as viagens astrais, pode haver o encontro com pessoas que já morreram. “O espírito é levado para o plano espiritual, onde os entes vivem como espíritos que sempre foram. Nenhum de nós nasce ou morre”, diz Borges. (AED)

SINTOMAS
- A pessoa não consegue se mexer nem abrir os olhos nem gritar e fica apavorada, achando que não vai se movimentar nunca mais. O mais adequado é tentar relaxar, uma vez que essa sensação é passageira;

- O indivíduo sente um tipo de solavanco e tem a sensação de cair no vazio. Isso acontece porque o campo energético em volta do corpo se desloca parcialmente alguns centímetros para fora da matéria, e, quando retorna, há um encaixe abrupto;

- Alguns têm a sensação de um deslocamento espacial, que, na verdade, não é físico, mas energético;

- Outros sentem o corpo se dilatando, crescendo, inflando como um colchão;

- Há a percepção para uns de ondas de energia que vibram dentro do corpo como se fossem uma descarga elétrica.

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