Pesquisadora referência nos estudos sobre os impactos da segurança e (da insegurança) psicológica no ambiente de trabalho, Amy Edmondson, ligada à Harvard Business Review, define este desejável atributo do mundo empresarial como “quando nos sentimos seguros para sermos sinceros em um ambiente onde há respeito e confiança. É também quando temos vontade de nos envolvermos em conflitos produtivos”.

Agora, o conceito criado por Amy vem ganhando mais e mais espaço em um contexto de mudança das dinâmicas nas relações laborais – quando questões relacionadas ao bem-estar ganham mais importância, sendo consideradas um ativo para a retenção de talentos e para a obtenção de bons resultados.

Por outro lado, estudiosos do tema acreditam que ambientes psicologicamente inseguros são mais suscetíveis à síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento extremo físico e mental, exaustão, tensão emocional e queda na produtividade

Resumidamente, a psicóloga Graziela Alves, especialista em gestão de pessoas e negócios, explica que a segurança psicológica pode se expressar e ser observada em alguns tópicos que, em geral, contribuem para a construção de uma cultura empresarial mais positiva.

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Diversidade. “Para começar, podemos pensar se este é um ambiente verdadeiramente aberto às diversidades – de gênero, de orientação sexual e de origem, por exemplo”.

Inclusão. “Ao mesmo tempo, é fundamental não apenas empregar as diversidades, mas também incluir esses atores, ouvindo-os e incluindo-os”. 

Equidade. “Um aspecto especialmente desafiante é a valorização da equidade, e não simplesmente da igualdade. Para isso, é preciso uma gestão sensível às demandas de cada um e transparente para expor a razão, por exemplo, de estar sendo mais flexível com uma pessoa ou com um departamento – que pode estar passando por uma realidade mais complexa naquele momento”.

Pertencimento. “Neste ponto, estamos falando de ser um ambiente acolhedor, onde as pessoas se sentem bem-vindas, onde elas podem ser quem elas são. Obviamente, uma pessoa que precisa se reprimir não vai desejar continuar naquele lugar por muito tempo e não vai se dedicar verdadeiramente àquele projeto, do qual não se vê como parte”.