Eleições 2022

Convenção marca junção de PSL-DEM e surgimento do União Brasil

Partido nasce como um dos maiores do país, com a maior bancada na Câmara dos Deputados e dono de uma das maiores verbas dos fundos eleitoral e partidário

Por Renato Alves
Publicado em 06 de outubro de 2021 | 09:00
 
 
ACM Neto Foto: Arquivo/Agência Brasil

As cúpulas de PSL e DEM realizam nesta quarta-feira (6), em Brasília, uma convenção para consolidar a fusão das duas legendas. Ela vai resultar no União Brasil e aparecer nas urnas com o número 44.

O partido nasce como um dos maiores do país, com a maior bancada na Câmara dos Deputados. Também terá uma das maiores verbas dos fundos eleitoral e partidário (R$ 160 milhões) no próximo ano, quando haverá eleições.

No entanto, alguns integrantes do DEM e do PSL que apoiam o governo de Jair Bolsonaro vão ficar de fora do União Brasil. Entre eles estão os ministros Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tereza Cristina (Agricultura) e os parlamentares Marcos Rogério (DEM-RO) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ).

A intenção do União Brasil é lançar um nome próprio para a corrida presidencial de 2022. São cotados como pré-candidatos o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o apresentador de TV José Luiz Datena (PSL-SP).

Ex-prefeito de Salvador e atual presidente do DEM, ACM Neto deverá ser o secretário-geral do novo partido. A presidência ficará com o deputado federal Luciano Bivar (PE), presidente nacional do PSL. O arranjo dará ao União Brasil uma cúpula 100% nordestina, algo ainda raro na política 

Bivar terá o comando do União Brasil por conta do tamanho atual do PSL, na comparação com o DEM. O PSL tem 54 deputados federais, contra apenas 28 do Democratas. E é a bancada na Câmara que determina o fato de o PSL deter fatia expressiva das verbas do fundo eleitoral e do fundo partidário.

Mas grande parte dos atuais integrantes do PSL deve deixar a agremiação quando a fusão for consolidada. Isso para seguir os passos de Jair Bolsonaro. O presidente se filiou ao partido no início de 2018, para disputar as eleições daquele ano. Mas deixou a agremiação nos meses finais de 2019, antes de completar um ano de governo, por brigas com Bivar e outros membros do partido.