O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação às tarifas impostas por Donald Trump. Para o chefe do Executivo mineiro, o discurso “antiamericano” e a proximidade com países que “não são cristãos” estariam agravando as negociações envolvendo as sanções econômicas dos Estados Unidos contra o Brasil. A fala de Zema ocorreu durante entrevista à Jovem Pan News, na manhã desta quinta-feira (31 de julho).
Nessa quarta (30 de julho), Zema anunciou um crédito de R$ 300 milhões para empresas exportadoras mineiras como forma de "reduzir os danos" que poderão ser provocados pelas tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros. Na avaliação do governador, as exceções do decreto assinado por Trump amenizam o problema, entretanto, o mercado brasileiro continuará enfrentando dificuldades por conta da postura de Lula em relação ao “tarifaço”.
“(Postura) de estar tendo essa argumentação contra o dólar, um discurso antiamericano, antiocidente e essa proximidade enorme e desproporcional com ditaduras, com países que não prezam a democracia. É o preço que o Brasil começa a pagar”, diz Zema em relação ao Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “O Brasil, no passado, sempre foi um país que se relacionou bem com todos os demais do mundo, mas, infelizmente, nessa gestão Lula-PT, nós estamos tendo uma proximidade desmedida com esses países que são totalmente desalinhados de práticas democráticas, não são países cristãos, não tem nenhuma afinidade, inclusive geográfica, com o Brasil.”
Para Zema, Trump está usando questões econômicas e políticas para tentar "reconduzir" o Brasil a um papel diplomático. Conforme o governador, o setor produtivo pede fim à retaliação dos EUA ao Brasil, entretanto, apesar do Executivo de Minas estar tomando algumas medidas para auxiliar as empresas de estado, a solução definitiva partiria da gestão federal.
“O presidente, em vez de dialogar, tem feito um discurso anti Estados Unidos, continuando com uma postura que, no meu entender, só contribui para agravar a situação. Nós aqui estamos fazendo o possível, mas realmente não está sendo fácil estar conduzindo esse problema, já que nós, governadores, não temos procuração para estar resolvendo isso”, ressalta Zema.
Questionado sobre o cenário em 2026, Zema afirmou que a direita deve lançar diferentes candidatos para a presidência, estratégia que teria sido aprovada, inclusive, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, em eventual segundo turno, a direita deve se unir de forma a tirar Lula da cadeira.