O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defende que o Brasil saia do Brics, grupo de países que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul. Para o chefe do Executivo mineiro, esse “alinhamento errático” seria o culpado pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Zema, pré-candidato à presidência em 2026, disse que o Brasil precisa “rever suas companhias” em uma coluna de opinião publicada no jornal Folha de S. Paulo nessa quarta-feira (30 de julho).
Conforme Zema, os países que fazem parte do Brics são diferentes das bases locais, considerando que as instituições do Brasil são “fruto do respeito pela liberdade, pelos valores humanistas e estão alicerçadas na tradição cristã”. O Brasil entrou no grupo em 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o governador de Minas, a medida se ancora no confronto entre "ricos e pobres" defendido pelos petistas.
“Hoje, o Brics é nada mais que política interna disfarçada de política externa. É uma ferramenta útil apenas para um grupo de líderes autoritários que gostam de sinalizar sua oposição ao mundo ocidental, particularmente contra os Estados Unidos. Boa parte da culpa pelo tarifaço que enfrentamos hoje tem origem justamente nesse alinhamento errático”, argumenta Zema.
Para o governador, o país deveria ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de 36 países, incluindo os Estados Unidos.
“A entrada na OCDE representaria um compromisso com o Estado de Direito, com as boas práticas de governança, com a transparência fiscal e com marcos regulatórios modernos. Os países-membros da OCDE respondem por mais de 60% do PIB mundial. Estar nesse grupo é conquistar um selo de confiança institucional — e isso atrai investimentos, reduz juros e estimula o crescimento”, diz o chefe do Executivo mineiro.
Nesta quinta-feira (31 de julho), Zema também criticou o Brics em entrevista à Jovem Pan News. O governador chamou os países do grupo de “não cristãos” e disse que o discurso “antiamericano” e a proximidade com o Brics estariam agravando as negociações envolvendo as sanções econômicas dos Estados Unidos contra o Brasil.