O general Marcos Antônio dos Santos Amaro, 65, foi escolhido para assumir o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai oficializar o nome do militar durante almoço nesta quarta-feira (3) como Alto Comando do Exército, no Quartel General da Força, em Brasília. A informação foi confirmada por uma fonte do governo ao O TEMPO Brasília, após reunião do petista com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no Palácio do Planalto.
O general Amaro, como é conhecido, foi indicado para ocupar o mesmo cargo pela ex-presidente Dilma Rousseff após uma reforma ministerial, em 2015, durante o segundo mandato da petista. Na época, o GSI deixou de ser classificado como ministério e foi integrado à Secretaria de Governo, como Casa Militar.
A agenda de Lula com o Alto Comando do Exército é visto como mais um gesto de aproximação entre o mandatário e os militares. Em paralelo a isso, o ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, tem feito reforma, a pedido de Lula, e exonerado dezenas de militares do órgão.
O almoço ocorre também horas após a Polícia Federal (PF) deflagar, na manhã desta quarta, a operação Venire. A corporação cumpriu seis mandados de prisão e 16 de busca e apreensão na apuração sobre a fraude em cartões de vacinação de Jair Bolsonaro. Ao menos cinco militares próximos ao ex-presidente foram presos:
- Mauro Cid Barbosa, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro;
- Sérgio Cordeiro, militar do Exército e ex-segurança de Bolsonaro;
- Max Guilherme, policial militar e ex-segurança de Bolsonaro;
- Luis Marcos dos Reis, sargento que integrava a equipe de Mauro Cid;
- Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército.
O que é o GSI e qual razão de um novo nome para o cargo
Com status de ministério, o GSI está no centro do pivô da crise das invasões do Palácio do Planalto por bolsonaristas radicais que depredaram a edificação. Imagens do circuito de segurança mostram uma suposta omissão e ação duvidosa de servidores do GSI e do então ministro do órgão, Gonçalves Dias. Após a divulgação das imagens no mês passado, G. Dias, como é conhecido o militar, pediu exoneração do cargo.
O GSI é responsável pela segurança do presidente, da sede do Executivo e das residências oficiais da Presidência da República. O corpo de funcionários do órgão é composto, em sua maioria, por militares das Forças Armadas.
Nomeado interino, Ricardo Cappelli, a mando do presidente Lula, tem feito uma ‘limpa’ no órgão e, até o momento, já exonerou cerca de 90 funcionários do GSI.
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