O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (18) que “não há uma perspectiva” e que o governo brasileiro “não tem ideia” de quando vai ocorrer abertura da fronteira do Egito com a Faixa de Gaza para que um grupo de brasileiros possa deixar a região e, assim, ser repatriado.  

“Só existe uma fronteira possível, que é entre a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, no Egito. Sobre a abertura, não há uma perspectiva. Por isso, eu já falei duas vezes com o ministro do Egito pedindo que, não sendo tão numerosos os brasileiros, que seja feita da maneira mais rápida, no momento em que for aberta a passagem para todos”, disse em coletiva de imprensa no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério de Relações Exteriores, em Brasília.  

Ainda assim, o ministro explicou que há automóveis contratados pelo Executivo à disposição para fazer o transporte dos brasileiros. O grupo vai ser levado até o aeroporto do Cairo, onde uma aeronave da Presidência da República vai resgatar 32 pessoas. Enquanto não há sinalização das autoridades do Egito sobre a abertura da fronteira, o governo aguarda.
 
O grupo é composto por 22 brasileiros, sete palestinos com Registro Nacional de Imigração (RNM) e três palestinos que são parentes próximos dos brasileiros.
 
Mauro Vieira informou ainda que, segundo as autoridades locais, há cerca de 5.000 civis de diferentes nacionalidades aguardando a abertura da passagem por Rafah na fronteira do Egito com a Faixa de Gaza. Um dos motivos para o impasse, de acordo com o chanceler brasileiro, é o fato de serem poucas passagens. 
 
Soma-se a esse imbróglio as negociações entre Israel, Egito e a autoridade Palestina. "Por essas questões todas práticas ainda não foram abertas as passagens e não pode se ter a saída dos brasileiros e outros nacionais. Não temos ideia, estamos trabalhando intensamente com as autoridades egípcias e também do outro lado, para que isso aconteça no mais rápido prazo possível".
 

Conselho da ONU rejeita proposta brasileira

 

Brasil irá ajudar estrangeiros na região da guerra

O ministro também citou que a operação "Voltando em Paz” essa foi a "maior operação de repatriação de brasileiros em zonas de conflito" feita pelo Itamaraty e pela Força Aérea Brasileira (FAB). Com o sétimo voo previsto para pousar, nesta quinta-feira (19), no Aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro, serão 1.135 brasileiros e 24 pets resgatados da região de guerra.
 
O ministro ainda informou que o país vai ajudar na repatriação de 15 estrangeiros que pediram auxílio ao governo federal para sair de Israel por meio de voos da operação da FAB. Eles são bolivianos, argentinos, paraguaios e uruguaios. Segundo o chanceler, nove países latino-americanos já procuraram o Brasil para repatriação de seus respectivos cidadãos.