BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou, nesta terça-feira (5/8), comentar a decisão que decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última segunda-feira (4/8).

“Não quero falar o que aconteceu com o outro cidadão brasileiro que tentou dar um golpe”, disse, em discurso na abertura da 5ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão.

Em sua fala, o presidente, sem mencionar o nome, fez referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é investigado por atuar, junto ao governo dos Estados Unidos, por sanções à economia brasileira e a membros do Judiciário.

“Uma ingerência que contou com o auxílio de verdadeiros traidores da pátria, que defenderam publicamente ações contra o Brasil, lá dos EUA. Vários setores da economia são afetados pela covardia dos que se associaram a interesses alheios aos da nossa nação”, apontou.

Nas últimas semanas, a situação de Jair Bolsonaro tem sido um dos principais temas dos discursos de Lula, que já chamou o ex-presidente de “patriota falso” e apontou seu antecessor como um dos principais responsáveis pela tarifa de 50% anunciada pelo governo americano contra os produtos brasileiros.

No discurso, Lula também disse que Trump “não tinha o direito” de tarifar o Brasil da maneira como fez e que o país “merece mais respeito”. “Poderia ter pego o telefone, conversado comigo, com o Alckmin, nós iremos negociar”, destacou.

Bolsonaro está preso em casa e não pode usar celular

O discurso ocorre após o STF endurecer as medidas contra Bolsonaro. O ex-presidente teve a prisão domiciliar decretada na noite de segunda-feira (4/8), por descumprimento de cautelares. 

Ele é acusado de manter comunicação política por meio de terceiros, apesar da proibição judicial, ao participar remotamente de atos públicos com mensagens direcionadas ao Judiciário e ao governo dos EUA.

Além da prisão domiciliar, Moraes vetou visitas, redes sociais, celulares e contato com embaixadores. A decisão afirma que novas infrações podem levar à prisão preventiva imediata.