BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta terça-feira (5/8), da 5ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, com o objetivo de reforçar a posição em defesa da soberania nacional e contra interferências externas nos Três Poderes.
No evento, o presidente espera buscar apoio de empresários e representantes da sociedade civil à reação do governo federal ao tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em seu discurso na abertura da cerimônia, Lula deve reiterar críticas às medidas do líder americano e exaltar, entre outras realizações, a retirada do Brasil do Mapa da Fome da ONU.
Esse também foi o tom adotado pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), que abriram o evento. Vieira, que é o anfitrião da reunião, disse que as tarifas “ameaçam lançar a economia mundial em espiral de inflação e estagnação” e citou que o Itamaraty prepara uma resposta formal, no dia 18 de agosto, à investigação do governo americano contra o Pix e outras práticas adotadas no Brasil.
Já a ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do Planalto, classificou as sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma “chantagem” com o objetivo de interferir no Judiciário brasileiro, além de conferir “coação no curso do devido processo legal”.
“Daqui não partiu qualquer gesto de afronta ao nosso segundo maior parceiro comercial. Ao contrário, buscamos todos os canais de conexão possíveis e estimulamos os empresários a dialogarem com suas contrapartes”, afirmou.
Na reunião, que vai se estender por todo o dia, também devem ser apresentados os resultados dos trabalhos dos conselheiros e serão assinados decretos, sanções e acordos de cooperação de propostas geradas no âmbito do Conselhão. Também haverá a posse da nova composição do colegiado.