O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou nesta quarta-feira (11) um apelo à comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação de crianças feitas reféns em meio ao conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, no Oriente Médio.  

O petista pediu uma “intervenção internacional humanitária” na região. Além disso, pela primeira vez, Lula citou o Hamas, responsável pelo ataque terrorista a Israel e sequestro de pessoas e crianças. 

"É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias. É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra. É urgente uma intervenção humanitária internacional. É urgente um cessar fogo em defesa das crianças israelenses e palestinas", escreveu pela rede social X (antigo Twitter).

Apelo do Presidente Lula em defesa das crianças palestinas e israelenses

Quero fazer um apelo ao secretário-geral da ONU, @antonioguterres, e à comunidade internacional para que, juntos e com urgência, lancemos mão de todos os recursos para pôr fim à mais grave violação aos…

— Lula (@LulaOficial) October 11, 2023

Desde o início do conflito no fim de semana, o petista foi criticado pela oposição por não ter mencionado diretamente o Hamas quando condenou os ataques terroristas. Nos comunicados, Lula e o Itamaraty apenas condenavam os ataques, pediam o cessar-fogo, defendia a existência do estado de Israel e o Palestino, mas não citavam nominalmente o grupo extremista, que abria margem para as críticas

O Brasil segue a lista da ONU, que não classifica o Hamas como grupo terrorista. Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão e União Europeia chama o grupo armado que controla a Faixa de Gaza de terrorista. 

Ainda nesta quarta, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que uma eventual condenação política ao Hamas pelo ataque a Israel será tratado no Conselho de Segurança da ONU, presidido pelo Brasil desde 1º de outubro. O mandato tem duração de apenas um mês.  

O secretário de África e de Oriente Médio do Itamaraty, embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte disse que há uma posição "clara" e "forte" do Brasil de condenação a atos terroristas e ao terrorismo, especialmente no ataque a populações civis, mas a condenação política é buscada em um consenso no grupo. (com informações de Lucyenne Landim)