Após o PT desistir de lançar a candidatura do deputado federal Reginaldo Lopes ao Senado para viabilizar a aliança com o PSD em Minas Gerais, o presidente pessedista no estado e também senador Alexandre Silveira negou que houve “puxada de tapete” contra o petista. A declaração aconteceu durante entrevista ao Café com Política da Rádio Super 91,7 FM. Nas negociações entre as siglas, o partido não abria mão da vaga à Casa e também não aceitava candidatura dupla. Em contrapartida, o acordo definiu que a indicação do vice na chapa será do PT.

Silveira foi questionado sobre o tema após uma declaração do pré-candidato ao governo de Minas pelo PDT, Miguel Corrêa, também ao Café com Política. O ex-deputado disse que houve puxada de tapete de Reginaldo Lopes. “É algo completamente fora do razoável. Quem entendeu que deveria conversar e pedir um gesto, que foi louvável de um dos parlamentares mais importantes de Minas, uma pessoa que tem história de vida. E falo isso muito antes. Eu estive com o deputado Reginaldo Lopes em João Monlevade, que tem um prefeito do PT e que eu inclusive recebi e ajudei. Para mim, não há esquerda e nem direita, isso é sinal de trânsito”, disse.

Leia também:
‘Não acredito que tenha veto’, afirma Silveira sobre decisão de vice na chapa
‘Paulo Guedes saiu de Chicago e desceu direto para a Faria Lima’, diz Silveira
Alexandre Silveira garante que ‘não’ cogitou ser líder de governo no Senado

Alexandre Silveira diz que vai dividir palanque com Lula em Minas
Disputa interna no PT para vaga de vice de Kalil tem ‘fogo amigo’

Conforme o senador, o pedido para a desistência da candidatura partiu justamente do ex-presidente Lula. “O deputado Reginaldo sempre disse que estava aguardando a posição do Lula, do que era melhor para a campanha nacional. Lopes tinha se manifestado na imprensa, como eu estou mais dedicado ao mandato, não fiz manifestação pública e nenhuma crítica, nem confronto em nenhum momento. É com serenidade, sentados na mesa, vendo o que é melhor para todos [a solução para a aliança]. Quem puxou o tapete de quem?”, questionou.

Por fim, Silveira pontuou que contribuiu como presidente do PSD mineiro, mas que a costura da aliança foi protagonizada pelo ex-prefeito Kalil e Gilberto Kassab, dirigente nacional da sigla. “Poderia ter sido eu que tivesse que ceder para o Kassab realizar o processo político. O deputado Reginaldo tem todas as condições de voltar para a Câmara com o pé nas costas, tem prestígio. Foi apenas uma construção política feita de forma serena, sem prejuízo pessoal a ninguém”, alegou.

Conversa com Reginaldo Lopes

O senador pontuou ainda que se reuniu com o deputado Reginaldo Lopes na última semana e que a conversa foi harmônica. “Eu estive com ele, tivemos uma conversa muito boa, estava sereno, sabendo da nobre missão de ser coordenador nacional da campanha do Lula. Ele está extremamente prestigiado nesse processo, conversamos longamente sobre o futuro, ele tem a missão de consolidar uma larga vantagem para o Lula em Minas, preocupado em fazer essa sinergia [entre PT e PSD]. Essa preocupação é comum , e quanto mais rápido avançarmos nesse processo, mais tempo teremos para fazer a defesa desse projeto e caminhar juntos”.

LEIA MAIS:

Alexandre Silveira disse que vai dividir palanque com Lula em Minas