Ancara, Turquia. Os últimos balanços da organizações de socorro ao terremoto na Turquia e Síria apontam pelo menos 25.401 mortos (21.848 na Turquia e 3.553 na Síria). Além da destruição causada pelo sismo de magnitude 7,8 na segunda-feira (6), uma onda de saques tem afligido as vítimas. No sábado, as autoridades turcas confirmaram a prisão de 48 pessoas por saques em oito diferentes províncias, informou a agência de notícias Anadolu neste sábado (11).
Na terça-feira (7), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou estado de emergência por um período de três meses em 10 províncias do sudeste da Turquia, atingidas pelo terremoto. Neste sábado (11), Erdogan disse que as autoridades serão mais severas com os saqueadores.
Estado de emergência
"Anunciamos estado de emergência. Isso significa que a partir de agora, as pessoas envolvidas nas pilhagens e sequestros devem saber que a mão firme do Estado estará sobre eles", ameaçou o presidente durante uma visita a província de Diarbaquir.
Aproveitando a devastação e a fuga dos moradores, grupos de saqueadores quebraram vitrines e derrubaram as grades que protegiam algumas lojas. A situação ficou tensa repentinamente neste sábado. Com isso, comerciantes e policiais decidiram ficar de guarda, prontos para reagir a qualquer suspeita.
Há poucos dias, famílias inteiras esvaziaram supermercados para se alimentar após o terremoto. Mas os saques também afetaram lojas de telefonia, informática e roupas.
Vigília
Em uma loja de tecnologia, permanecem apenas os letreiros com o nome das marcas de celulares. O resto está vazio, com algumas caixas dos aparelhos roubados no chão. Na loja ao lado, os manequins caídos já não têm roupa. Os caixas eletrônicos também não foram poupados. Quatro deles foram arrancados de seus lugares e esvaziados.
"Estamos vigiando nossas casas, nossos carros", relatou Aylin Kabasakal à AFP. "Os saqueadores também chegam às casas. Não sei o que dizer, estamos destruídos, em estado de choque, é um pesadelo", continuou. "Nossas autoridades devem nos proteger", acrescenta a mulher.(AFP)