Dois militares americanos aposentados detidos na Venezuela por uma "invasão" fracassada pelo mar ao país petroleiro foram acusados de "terrorismo" e "conspiração", informou nesta sexta-feira (8) o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab. 

Luke Alexander Denman, 34, e Airan Berry, 41, enfrentam acusações por "terrorismo, conspiração, tráfico ilícito de armas de guerra e associação (para cometer um crime)", crimes com penas entre 25 e 30 anos de prisão, declarou Saab em discurso televisionado.

Ele adiantou que pediu um mandado de prisão internacional contra outro americano, Jordan Goudreau, fundador da empresa privada de segurança e defesa Silvercorp USA, que as autoridades venezuelanas vinculam ao caso. 

Saab não anunciou acusações contra o líder parlamentar da oposição, Juan Guaidó, reconhecido como presidente da Venezuela por mais de cem países liderados pelos EUA, embora na segunda-feira o tenha acusado de assinar um contrato com a Silvercorp para executar o ataque, que o líder nega.

Denman e Berry foram presos por uma invasão que o governo venezuelano afirma ter frustrado em 3 e 4 de maio nas cidades costeiras de Macuto e Chuao, no norte do país, deixando 31 detidos, 29 deles venezuelanos, "entre mercenários e equipes de apoio", detalhou Saab.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, afirmou na quarta-feira passada que o governo Trump fará todo o possível para repatriar os dois americanos presos.

Os venezuelanos capturados foram acusados, entre outros crimes, de "conspiração com um governo estrangeiro" - especificamente EUA e Colômbia -, "terrorismo"e "traição à pátria", acrescentou.

Sem sinal verde

Saab anunciou também que solicitou mandados de prisão contra os venezuelanos Juan José Rendón - assessor de Guaidó - e Sergio Vergara, residentes nos Estados Unidos.

Rendón reconheceu, em entrevista à CNN, que havia assinado um contrato com a Silvercorp, mas garantiu que era um acordo "exploratório" e que não foi dado sinal verde para uma operação na Venezuela. Ele ainda desvinculou Guaidó do acordo.

Nesta sexta-feira, Trump negou novamente que Washington teve envolvimento com o ocorrido. Maduro o chamou de "chefe direto da operação".