Ir e vir nos grandes centros é tanto um direito quanto um desafio. Com o crescimento das frotas de veículos, novas soluções surgem na mesma proporção dos problemas que precisam ser solucionados. Por exemplo, a frota de patinetes de compartilhamento em Belo Horizonte cresce a taxas de 10% ao ano, segundo a Grow, empresa que oferece o serviço na cidade.
Alternativa de micromobilidade, patinetes têm servido não só para lazer, como para deslocamentos curtos, contornando os inevitáveis congestionamentos em uma metrópole que acumula perto de 3 milhões de veículos – aproximadamente um para cada duas pessoas – e mais de 370 milhões de usuários do transporte coletivo anuais.
Porém, a comodidade tem sua contrapartida na forma da competição entre pedestres e patinetes por espaço nas calçadas e acidentes. Pelo menos duas pessoas já morreram ao usarem esse meio de transporte, uma delas, um engenheiro em Belo Horizonte.
Cerca de 20 capitais brasileiras dispõem do serviço de compartilhamento, e ainda não há acordo sobre a forma de regulamentação em muitas delas, como Brasília e BH, muito menos uma legislação federal sobre o uso do veículo.
Fora do Brasil, os exemplos são muito díspares. Em San Francisco, nos Estados Unidos, é preciso uma permissão de operação. Em Los Angeles, exige-se carteira de motorista. Em Amsterdã, na Holanda, somente patinetes particulares são admitidas, com algumas restrições.
O planejamento urbano não pode prescindir de alternativas não poluentes que diminuam a pressão sobre o tráfego, e estudos consistentes que permitam sua inserção no sistema de transporte com segurança para os usuários e equilíbrio financeiro serão muito bem-vindas por toda a coletividade.