Falta mais de um ano, mas não se iludam: a sucessão presidencial, e nos estados, já domina a política brasileira. E dominar não significa apenas concentrar os debates, os arranjos. Pior, significa colocar uma trava nas decisões.
Daqui para a frente, quaisquer mudanças, mesmo as fundamentais para o país, terão resistências, de um lado e de outro. Todos pensando nas urnas de 2026.
Até aqui já são três os pré-candidatos declarados: Lula tentando o quarto mandato; Zema, do Novo, que deve deixar o governo de Minas logo no início do ano; e Ronaldo Caiado, do União Brasil, que deve disputar pela segunda vez a Presidência – a primeira foi em 1989. Mas a chamada “direita” tem ainda outros postulantes que deverão ser lançados. A esquerda, ao que parece, fica mesmo só com Lula.
Por enquanto, a sucessão presidencial domina o quadro político. Na maioria dos estados, como em Minas Gerais, ainda há muita indefinição. O vice Mateus Simões, que assumirá o governo com a desincompatibilização de Zema, é o único candidato definido. Tentará a reeleição. A esquerda, ou Lula, tenta convencer o senador Rodrigo Pacheco, do PSD, a entrar na disputa. Mas ele prefere uma vaga no STF, caso o ministro Luís Roberto Barroso se aposente mesmo em setembro, como tem dito.
Mas muito do que se discute, e se articula hoje, pode mudar a partir do mês que vem, quando o STF começará a julgar Bolsonaro. A sua condenação – que parece certa – ou sua absolvição – um milagre – impacta profundamente a política e, consequentemente, as disputas sucessórias.
A condenação com certeza vai esfriar sua influência no processo, o que, aliás, já começa a ser sentido nos discursos de alguns pré-candidatos. Uma improvável absolvição coloca fogo nas disputas, fortalecendo os radicais e, com certeza, aumentando a pressão dos Estados Unidos sobre o país, o que, certamente, fará ressurgir o sentimento antiamericano, que dividia o país nos anos 1950.
Enfim, é bom nos prepararmos. Há muitas incertezas no ar.
Incertezas, muitas delas, alimentadas pela falta de responsabilidade e de patriotismo de muitos – Eduardo Bolsonaro é o melhor exemplo – que alimentam ações contra o Brasil, como o tarifaço de Donald Trump, que vai prejudicar muitos setores da economia. Uma medida que, espera-se, vai se esvaziando pela ação competente do vice Geraldo Alckmin, que tem conversado, o que Lula não sabe fazer, mundo afora, buscando uma saída para nossas exportações. Enfim, temos muito a trabalhar e torcer.