Assistiu muita coisa esse ano? Pois a gente assistiu! E com o encerramento do primeiro semestre, trouxemos um especial de três partes com os melhores e piores do ano até agora.

O especial será dividido em: melhores séries, melhores filmes e piores filmes. Por que não piores séries? Porque uma série requer uma dedicação maior para ser assistida, então uma prática aqui da Hora da Castanha sempre foi de pesquisar mais sobre a qualidade das mesmas antes de assistir.

Mesmo assim, algumas temporadas desagradaram e você pode conferir aqui:

+ The White Lotus e a saturação da fórmula
+ Segunda temporada de The Last of Us continua acertando, mas exige um ajuste de expectativa
+ Yellowjackets: A 3ª temporada da série está tão perdida quanto suas protagonistas


Critérios e avisos

Antes da lista, dois disclaimers:
Filmes do Oscar 2024 que estrearam aqui em 2025 não entram. Consideramos a data original de lançamento.
Como o ingresso anda caro, alguns filmes citados aqui não são péssimos, mas sim decepções ou oportunidades mal aproveitadas.

Vamos aos escolhidos:

Capitão América: Admirável Mundo Novo

Danny Ramirez (Joaquin Torres) e Sam Wilson (Anthony Mackie) se preparando para entrar em ação. Foto: Marvel Studios/Divulgação.

 

O quarto filme da franquia traz Sam Wilson (o antigo Falcão) assumindo o escudo, mas tropeça em várias frentes. Vindo direto da série Falcão e o Soldado Invernal, o longa sofre com decisões apressadas e afobadas do estúdio, na tentativa de agradar a todos os públicos.

O resultado é um filme desconexo, com cenas que não conversam entre si e um final revelado pelo próprio marketing. Uma pena para um herói que merecia uma estreia digna como protagonista.

Leia nossa crítica completa em:
Capitão América: Admirável Mundo Novo — Uma colcha de retalhos de ideias e receios

Branca de Neve

Rachel Zegler como a protagonista em Branca de Neve. Foto: Disney/Divulgação.

 

A mesma coisa dita sobre Capitão América, aqui volta com toda a força. Branca de Neve foi um exercício de assistir um barco afundando ao vivo, enquanto o estúdio furava o casco tentando tirar a água.

Polêmicas marcaram essa adaptação desde o início: escalação de elenco, questões sobre os anões, fidelidade à obra original e até declarações políticas.

No fim, nada disso resultou em algo relevante. O filme pouco se distancia do clássico original e ainda sofre com produção abaixo da expectativa. Muito barulho por um longa tão insosso.

Análise completa aqui:
Branca de Neve: Polêmicas à parte, o remake não é tão diferente assim da animação original

Until Dawn: Noite de Terror

O elenco principal de Until Dawn: Noite de Terror. Foto: Sony/Divulgação.

 

Agora temos aqui um filme que parece ter vindo 10 ou mais anos depois de sua época. Em um tempo em que adaptações de videogame têm ganhado prestígio do público e da crítica, Until Dawn repete aquela fórmula de pegar o nome da obra e escrever outra coisa completamente diferente em cima, enquanto faz algumas referências visuais.

É até interessante entender em que a produção transformou essa ideia, uma vez que recriar a história do jogo não teria nenhuma graça, dado que ele mesmo se propõe a imitar um slasher trash. 

O problema é que o filme não consegue convencer com um roteiro bem expositivo, limitações de orçamento e um elenco fraco.

Confira a nossa análise:
Until Dawn: Filme transforma terror interativo do PlayStation em loop temporal sangrento

Elio

Elio Solís sonhando em viajar pelo espaço sideral. Foto: Pixar/Divulgação.

 

Esse aqui não é um filme ruim, mas é outro que passou por um período conturbado de produção, que alterou completamente a ideia original. Antes uma história autoral, inspirada pela vida do próprio diretor, caiu por terra quando a Disney percebeu que poderia não fazer muito dinheiro. 

Uma história em que o protagonista amadurece com suas experiências poderia ter sido muito melhor desenvolvida. O filme entregue nos cinemas acabou por ser uma história que, apesar de bonitinha, é tão genérica que rapidamente é esquecida depois da sessão. E isso nunca é o que se espera de uma animação da Pixar.

Análise completa do filme:
Elio: A nova animação da Pixar tem boas ideias, mas escorrega no final

Karate Kid: Lendas

Han shifu (Jackie Chan) e Daniel-san (Ralph Macchio) em Karate Kid: Lendas. Foto: Sony Pictures Entertainment/Divulgação.

 

Com a proposta de unir ”as duas ramificações” da franquia, ou seja, incluir o reboot de 2010 no mesmo universo dos filmes originais, a ideia era trazer uma história que colocasse lado a lado Daniel-san (Ralph Macchio) e o shifu Han (Jackie Chan), como mestres de um jovem garoto em um novo torneio de artes marciais.

O problema disso tudo é que essa premissa só acontece mesmo com quase uma hora de filme. Até lá existe todo um arco paralelo do protagonista, que esse garoto se torna professor de luta de um dono de pizzaria, para que este ganhe dinheiro lutando boxe.

Essa longa construção faz parecer que na verdade são dois roteiros mesclados em um só. Como consequência, o filme perde o ritmo e acaba entregando o reencontro prometido de uma maneira muito rasa. 

Confira a crítica completa:
Karate Kid: Lendas — Repetição da fórmula e uma dose generosa de nostalgia

O Esquema Fenício

Benício del Toro como Zsa-zsa Korda em O Esquema Fenício. Foto: TPS Productions/Focus Features.

 

Mais uma vez, não temos um caso de filme ruim, mas sim de experiência que não atende às expectativas, e que infelizmente vem se tornando frequente na filmografia recente de Wes Anderson.

Utilizando de todos os elementos narrativos e estéticos típicos do diretor, Anderson entrega mais uma história maluca, com visuais que pulsam estilo. No entanto, carece de substância quando a questão é engajar o público em se importar com os personagens e emocionar com a história.

Um sentimento misto de que não foi dessa vez que esse diretor tão único conseguiu voltar a nos surpreender.

Para uma análise mais detalhada:
O Esquema Fenício: novo filme de Wes Anderson é caótico, estiloso e mais fechado que seus últimos

Um Filme Minecraft

Jack Black, Jason Momoa e Sebastian Hansen em Um Filme Minecraft. Foto: Warner Bros. Pictures/Divulgação.

 

Por fim, o maior sucesso (americano) do ano (até aqui), não fica de fora dessa lista. Apesar de entregar muitas cenas divertidas, é impossível omitir as diversas características negativas dessa produção.

Deixando de lado a fidelização com a obra original, o longa não se define em público alvo, fazendo piadas que ora são infantis, ora são de cunho sexual. O roteiro é batido, com um excesso de clichês narrativos, e explicações novas que vem do nada, resolvendo situações que pareciam difíceis.

Outro problema é o protagonista, que não consegue sustentar em nada a aventura. O filme seria um fracasso se não fosse carregado pelo carisma de Jack Black e Jason Momoa, além de um humor nonsense, que acaba se desenvolvendo.

Saiba mais na nossa crítica:
Um Filme Minecraft: Uma aventura sem roteiro que acerta no nonsense

Sua opinião

Esses foram os nossos destaques negativos do semestre. Mas cinema é também experiência subjetiva: se você gostou de algum dos filmes citados, tudo bem!

Quer discordar, apontar outros filmes ou defender seu favorito? Comenta aqui embaixo. E, em breve, publicaremos as listas de melhores filmes e melhores séries do semestre!

 


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