Por Isadora Silva

Embora o comércio eletrônico lidere grande parte das vendas no varejo, os shoppings centers seguem firmes em sua estratégia para manter relevância no mercado: investir em entretenimento e experiência. De cinemas a arenas de esportes eletrônicos, passando por restaurantes temáticos, eventos culturais e atividades voltadas para toda a família, os centros de compras se consolidam como espaços de convivência e lazer. 

Este movimento ganhou força principalmente a partir de 2023, em resposta ao crescimento acelerado do e-commerce. Em Belo Horizonte, o Espaço 356, idealizado e executado pelo Grupo EPO, inaugurou em 2024 com o objetivo de ser o primeiro shopping que seguirá o conceito ‘lifestyle’ em Minas Gerais. O shopping reúne em um só lugar, cultura, arte, gastronomia e moda. 

Mais do que shoppings, hubs de experiência 

De acordo com dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o setor tem registrado aumento na circulação de visitantes que buscam muito mais do que apenas consumir produtos. Essa mudança de comportamento transformou os shoppings em hubs de experiência, aproximando-os de um novo papel: o de espaço de socialização. Ao mesmo tempo, varejistas e empreendimentos têm apostado em estratégias omnichannel, conectando o físico ao digital.

Esse reposicionamento acompanha uma tendência global. Nos Estados Unidos e na Europa, já se fala em “anti-malls” e “lifestyle centers”, formatos que unem conveniência, cultura e lazer em um só lugar. No Brasil, o movimento é semelhante: grandes grupos de shoppings ampliam seu portfólio de entretenimento para garantir que o consumidor encontre motivos para sair de casa.

Atrações diversas

Além disso, o mix de gastronomia e serviços tem se tornado um dos principais atrativos. Restaurantes renomados, clínicas de saúde, academias e até coworkings ocupam espaços que antes eram dedicados apenas ao varejo tradicional. O objetivo é claro: reforçar a ideia de que o shopping não é apenas um centro de compras, mas um destino completo.

No cenário em que mais de 70% dos consumidores brasileiros afirmam preferir comprar online pela praticidade, segundo levantamentos do setor, os shoppings reforçam seu papel como locais de experiência, interação e conveniência. Pontos que o digital, sozinho, ainda não consegue replicar.

De acordo com o 3º estudo de Tendências e Oportunidades - Lazer e Entretenimento, produzido pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), as operações de lazer aumentaram sua participação de 1,4% para 2,2% entre 2019 e 2023, consolidando os malls como espaços de conveniência e entretenimento familiar. 

Ao unir entretenimento, gastronomia e tecnologia, o setor reforça sua relevância no varejo atual e se posiciona como um espaço essencial na rotina das famílias e consumidores em busca de experiências que vão além da compra de produtos.