Eleito vereador de Belo Horizonte em 2024 com 6.278 votos, Diego Sanches (Solidariedade) aponta que Belo Horizonte ainda precisa avançar nas pautas de inclusão de pessoas atípicas, sua principal bandeira de campanha. Na avaliação do futuro parlamentar, as discussões em torno do tema devem ser intersetoriais, abordando, por exemplo, saúde e educação. Sanches foi entrevistado pelo programa Café com Política da rádio FM O TEMPO 91,7 na manhã desta terça-feira (3 de dezembro).

Na avaliação do vereador eleito, a capital mineira está ficando para trás em comparação com outras cidades em termos de inclusão de pessoas atípicas. Ele cita a necessidade de um centro de diagnóstico e de núcleos de tratamento para esse grupo, entre outros pontos que precisariam de maior atenção por parte do poder público.

“A nossa educação requer uma formação contínua dos nossos educadores, uma estrutura com acessibilidade, ou seja, precisamos discutir mais do que nunca com todas as pastas. É uma discussão intersetorial para termos uma verdadeira inclusão.”

Para além do Executivo, Sanches aponta que as políticas públicas poderiam ser desenvolvidas também pelo Legislativo. Ele cita a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e defende que algo semelhante poderia ocorrer também na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte.

“Podemos criar uma frente parlamentar de promoção e proteção da pessoa com deficiência e do transtorno do espectro autista, e também de apoio às famílias atípicas. Eu vou ter uma discussão muito séria e firme com o nosso prefeito Fuad sobre a inclusão na cidade de Belo Horizonte.”

Questionado se Belo Horizonte deveria ter uma secretaria específica para tratar sobre o tema, Sanches aponta que a cidade não precisaria, necessariamente, de uma pasta, mas de orçamento e recurso para investir em políticas públicas. Conforme o parlamentar, há ainda a necessidade de pensar no suporte para as famílias, no futuro das crianças por meio do mercado de trabalho e na educação.

“Hoje, eu vejo muitos monitores e professores que acolhem a criança com autismo com empatia, com amor, o que é necessário, mas não é tudo. A formação é importante e essa formação não pode cair nas costas do profissional, tem que ter um projeto da prefeitura com orçamento próprio para que haja essa formação contínua”, diz. “As nossas escolas precisam de adaptação pedagógica, estrutural, de acessibilidade, de material, então passa também por discutirmos em audiências públicas, ou outro mecanismo assertivo, como que nós vamos preparar todo esse suporte e acolhimento para essas crianças autistas.”

Entrevista concedida aos jornalistas Flávio Sousa e Thalita Marinho