Obras para reforma e recuperação dos elevadores da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, começam em julho e devem ficar prontas até o fim de 2024, de acordo com a administração estadual. O contrato com a empresa responsável pelas intervenções foi assinado na sexta-feira (7). O valor previsto inicialmente é de R$ 2,5 milhões.

A empresa foi selecionada sem passar por um processo de licitação. A justificativa, de acordo com o governo do estado, é que os prédios da Cidade Administrativa necessitam de uma intervenção de “emergência” . Desta forma, ficaria justificada a contratação direta, com dispensa de licitação, seguindo a legislação federal. Para escolha da empresa que fará os serviços foi adotado o critério de julgamento de forma "qualitativa", por menor preço e menor prazo de execução das obras. 

O governo estadual afirma que a contratação emergencial “justifica-se pela importância dos elevadores para a mobilidade e a segurança dos usuários da Cidade Administrativa, sede do Governo do Estado de Minas Gerais, com diversos órgãos e entidades de sua estrutura direta e indireta”. 

A expectativa anunciada pela administração estadual é que os elevadores, cuja falha provocou a paralisação dos serviços nos prédios da Cidade Administrativa, voltarão a ser utilizados de forma gradual, a partir da conclusão dos reparos e intervenções nos primeiros equipamentos. Toda a obra será fiscalizada pela Codemge para garantir os padrões de qualidade necessários dos reparos e intervenções a serem realizadas.

Problema antigo

A intervenção deve resolver parte dos problemas que se acumulam há 14 anos, desde que a Cidade Administrativa foi inaugurada, em 2010. Conforme a reportagem de O TEMPO mostrou, o espaço, que custou R$ 1,2 bilhão, na época, não tem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiro (AVCB) até hoje e acumula episódios de falhas estruturais.

O início das obras aconteceu em dezembro de 2007 e durou dois anos e três meses. A justificativa do governo à época para a construção era economizar com o aluguel de imóveis utilizados por secretarias, autarquias e outros órgãos do governo em Belo Horizonte.

Os problemas, no entanto, já começaram a aparecer logo nos primeiros anos de inauguração. Em 2012, com dois anos de obra, uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) já discutia os primeiros problemas na estrutura. Foram relatadas à época quedas de janelas e trincas em paredes e pisos. Houve ainda inundação de subsolo. Cerca de três anos depois, o teto do saguão do prédio Minas, conforme lembra o secretário de Obras na gestão Fernando Pimentel (2015-2018), Murilo Valadares, também desabou. 

Até então, nenhum dos problemas havia obrigado uma ausência maciça de servidores da Cidade Administrativa. Isso mudou, porém, no dia 10 de maio deste ano, após laudos constatarem danos estruturais nos elevadores dos prédios Minas e Gerais e possível risco de desastres, provocando o afastamento de 7 mil servidores de seus postos de trabalho. (Com informações de Leonardo Augusto)