O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acusado de assédio sexual, de "taradão da Esplanada". Almeida foi alvo de múltiplas denúncias à organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de assédio sexual. O titular da pasta nega as acusações.
Durante coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (5 de setembro), realizada após comício em prol da candidatura de Bruno Engler (PL) à Prefeitura de BH, Bolsonaro afirmou que seria "crucificado" se o caso ocorresse durante sua gestão. "Ouvi dizer por aí que é o taradão da Esplanada, não é isso? É o taradão da Esplanada. Se fosse um ministro meu, como é que eu estaria agora? Sendo crucificado", afirmou o ex-presidente.
"(Esse caso) tem que ser apurado. São denúncias que vêm de pessoas que estão no próprio governo, como uma ministra, denunciando isso aí", seguiu Bolsonaro em menção à titular da pasta de Igualdade Racial, Anielle Franco, citada na coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, responsável por revelar o caso. "Tem que ser apurado. É inadmissível assédio, como vi pela imprensa, que ele vem fazendo em Brasília", definiu.
Denúncias contra Silvio Almeida
Conforme informações da organização Me Too Brasil, mulheres buscaram suporte através dos canais de atendimento da organização, pelos quais receberam apoio psicológico e jurídico. Cientes das dificuldades em obter respaldo institucional para validar as denúncias contra o ministro, a entidade ainda apontou que elas decidiram confirmar o caso à imprensa. O anonimato das vítimas foi mantido pelo movimento.
Em nota oficial, o ministro chamou as acusações de 'mentiras'. Almeida destacou o respeito que tem pela mulher e pela filha, afirmando que as denúncias feitas contra ele não têm materialidade, as definindo como “ilações absurdas” que pretendem prejudicar a trajetória e as causas que ele defende. O ministro ainda disse que vai pedir uma investigação do caso.