O prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), afirmou, nesta quinta-feira (23 de janeiro) que o serviço de “mototáxi” vai ser mantido na capital mineira. Um pedido foi apresentado pelo Ministério do Trabalho à prefeitura pedindo a suspensão da atividade em virtude da “falta de fiscalização e necessidade de regulamentação” na cidade.
“O trabalho dos mototaxistas não será suspenso por 90 dias, como chegou a ser sugerido pela Superintendência Regional do Trabalho. Essa competência é da União e o nosso entendimento é que essas pessoas precisam trabalhar e garantir seu sustento”, disse Damião.
O mesmo argumento apresentado pelo ministério público à prefeitura de Belo Horizonte foi utilizado pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para suspensão do serviço de mototáxi na capital paulista.
A expectativa de que Belo Horizonte fizesse a mesma coisa foi suficiente para que os motociclistas organizassem uma manifestação nesta quinta-feira (23 de janeiro) contra a ação, na porta da Câmara Municipal.
Diante da mobilização da categoria, além de negar a possibilidade de suspensão do serviço, o prefeito em exercício ainda reforçou a preocupação da prefeitura com a segurança no trânsito, disse que irá manter ações de fiscalização e treinamento e retomou promessas de campanha que interessam aos motociclistas.
“Sobre as faixas exclusivas para motociclistas, estamos estudando a viabilidade para sua implementação em Belo Horizonte. É fundamental avaliarmos os impactos dessa alternativa ao trânsito da cidade como um todo para que a melhoria seja efetiva. Agiremos com calma e planejamento”, disse.
Entenda
Uma reunião entre representantes da prefeitura de Belo Horizonte e o superintendente do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans, foi realizada nesta quarta-feira (22 de janeiro). Em conversa com a reportagem de O TEMPO, Calazans afirmou que em reunião com o secretário de Governo da PBH, Guilherme Daltro, foi solicitada a suspensão da operação, para viagens de moto, de aplicativos como 99 e Uber que atuam na capital.
Uma nova reunião será realizada, daqui 15 dias, em que o representante do Ministério do Trabalho vai apresentar uma espécie de dossiê à PBH. “Não tem fiscalização, regulamentação. As motos rodam de qualquer jeito. O motociclista não tem treinamento, temos visto muitos acidentes e não há seguro nem para o passageiro e nem para o motorista”, disse Calazans.