Juliano Lopes (Podemos), novo presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, destacou que os vereadores dessa legislatura vão revisar o contrato de concessão do transporte público na cidade, que está previsto para ser refeito em 2028. Durante entrevista ao Café com Política da FM O TEMPO 91,7, nesta sexta-feira (3 de janeiro), ele afirmou que a população está insatisfeita com o atual modelo e defendeu uma discussão no legislativo municipal antes da renovação do contrato. “A população de Belo Horizonte está satisfeita com o transporte público? Faça essa pergunta nos ônibus e você vai ver que 90% não está. Esse contrato tem que ser revisto”, afirmou.

Juliano Lopes também criticou o aumento de quase 10% na tarifa de ônibus na cidade, anunciado para 2025, ao mesmo tempo em que a prefeitura prevê destinar cerca de R$ 700 milhões em subsídios ao sistema de transporte. Para o vereador, embora o subsídio seja importante, é o recurso deveria resultar em melhorias para os usuários. “O que está acontecendo aqui em Belo Horizonte é que eles recebem subsídios e não oferecem um transporte de qualidade. A prefeitura está praticamente dando R$ 700 milhões para 2025, mais 10% de aumento? Isso está certo?”, questionou.

Articulação para as comissões da Câmara

Juliano Lopes também comentou sobre os primeiros passos de sua gestão como presidente da Câmara. Segundo ele, em janeiro, durante o recesso parlamentar, a administração da Casa está se dedicando à organização interna, incluindo a composição das comissões temáticas. “Os vereadores estão mandando por e-mail os pedidos para participar das comissões. Estamos montando nossa base para depois ir conversando com cada um em relação às possibilidades”, afirmou.

O presidente também garantiu que não haverá retaliação contra os parlamentares que não o apoiaram na eleição para a presidência da Casa. “Eles têm esse direito, como os outros vereadores”, disse Lopes.

Novo bairro na área do Aeroporto Carlos Prates

Outro tema abordado por Juliano Lopes foi a destinação da área do antigo Aeroporto Carlos Prates para a construção de moradias. O presidente da Câmara disse que não é contra o novo bairro, mas reforçou a necessidade de infraestrutura adequada no local para atender os novos moradores. “É importante que a prefeitura coloque de fato um novo posto de saúde, transporte para atender essa população e um parque para lazer. Levar moradia sem qualquer tipo de infraestrutura, eu sou contra”, afirmou.

Segundo Lopes, a decisão de transformar o terreno em um bairro residencial já foi tomada e não pode ser revertida. Contudo, ele destacou que a prefeitura deve garantir mínimas condições de transporte, saúde e educação para os futuros moradores e para aqueles que já vivem na região. “O que temos que lutar é para que essas pessoas tenham infraestrutura”, concluiu.

Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Adriana Ferreira