Juliano Lopes (Podemos), novo presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, afirmou, durante entrevista ao programa Café com Política, da FM O TEMPO 91,7 nesta sexta-feira (3 de janeiro) que não quer ser comparado ao ex-presidente do legislativo, Gabriel Azevedo (MDB), e que pretende conduzir sua gestão de maneira distinta da de seu antecessor. Juliano Lopes ainda chamou Gabriel de “autoritário” e destacou que quer manter uma relação de transparência com a população e fomentar o diálogo com os vereadores.

“Eu não quero me comparar com o Gabriel. Ele fez a gestão dele. São dois perfis completamente diferentes. O que eu pretendo é deixar uma Câmara muito mais democrática do que era. Ele foi autoritário e isso eu não vou fazer. Eu tenho o diálogo, quero tentar, na maneira do possível, contemplar todos os 41 vereadores lá na Câmara Municipal e cabe aos vereadores julgar a nossa gestão.”, afirmou Lopes. 

Divergências com Gabriel Azevedo

Juliano Lopes e Gabriel Azevedo romperam relações em meados de 2023, durante o mandato de Gabriel como presidente da Câmara, no qual Lopes ocupava a 1ª vice-presidência. Segundo Lopes, o rompimento ocorreu devido ao não cumprimento de um acordo entre os dois. “Eu tinha um documento assinado por ele da renúncia da presidência, ele mudou a sua carteira de identidade e a assinatura para não cumprir. Eu fui notificado oficialmente da mudança”, declarou Lopes. Ele afirma que deveria assumir a presidência em 2024, o que não ocorreu, gerando atritos entre os dois.

O novo presidente da Câmara ainda criticou a gestão de Azevedo, classificando-a como centralizadora. Como exemplo, citou a duração de apenas quatro segundos para a verificação de quórum nas sessões plenárias. “Eu espero estar aberto ao diálogo com todos os vereadores e qualquer tipo de comparação com Gabriel espero estar do lado oposto. Não quero comparação com ele, porque para mim foi um presidente autoritário e conduziu a Câmara para o benefício próprio. Ele queria ser prefeito de Belo Horizonte, então, para ele, quanto pior, melhor”.

Juliano Lopes ainda classificou que sua vitória para a presidência da Câmara, em detrimento da candidatura de Bruno Miranda (PDT), foi mais uma derrota política para Gabriel Azevedo: “Ele foi um candidato derrotado, ele se aproximou da prefeitura, juntamente com Bruno Miranda, aliado dele, para fazer o Bruno presidente da Câmara. Ou seja, um cara que atrapalhou a prefeitura durante esses quase dois anos, fez de tudo para atrapalhar o prefeito Fuad Noman, mas lá no final, ele juntou com o líder de governo para tentar também ganhar a mesa. Então também foi uma derrota do Gabriel Azevedo, que com tudo que pôde fazer, perdeu a mesa diretora. Dessa vez ele perdeu de fato”.

Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Adriana Ferreira