Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Juliano Lopes (Podemos) criticou a indefinição da prefeitura da capital mineira com relação à regional do hipercentro, uma das mudanças aplicadas na reforma administrativa coordenada pelo prefeito Fuad Noman (PSD), e cobrou ações do Executivo na região. O vereador se reuniu, nesta quinta-feira (20 de fevereiro), com comerciantes do Centro de Belo Horizonte, que definiram a região como "abandonada" pelo poder público

Juliano definiu a situação atual da prefeitura como "triste" ao afirmar que Fuad está acamado e que Álvaro Damião (União Brasil) "não tem tinta na caneta" como prefeito interino. "A população, não só do Centro, mas de todas outras regionais, fica esperando ação da prefeitura. Eles precisam definir. Para quem a gente vai cobrar (ações no Centro) agora? Cadê o secretário da nova regional do hipercentro? Cadê os assessores? Quem serão as pessoas nomeadas? Vai nomear quando?", questionou. 

"O que depender da Câmara Municipal, a gente vai fazer. Não podemos deixar o Centro da cidade do jeito que está. É triste, deprimente", prometeu Juliano Lopes. "Precisamos debater o Centro da cidade de verdade, porque está chegando no limite e ninguém aguenta mais", declarou ainda, antes de afirmar que a Prefeitura de Belo Horizonte é fundamental para entender e solucionar os problemas da região. 

Lopes ainda relembrou as críticas à criação de uma nova regional na reforma administrativa de Fuad, mas defendeu que uma nova regional é necessária para atender as necessidades do hipercentro. "Nós não temos poder de executar, temos de cobrar e fiscalizar. Precisamos dar uma resposta em relação ao Centro de Belo Horizonte", relatou o vereador. 

Questionada pela reportagem de OTEMPO, a Prefeitura de Belo Horizonte não forneceu uma previsão da nomeação do secretário responsável pelo hipercentro. Mesmo após a sanção da reforma administrativa, a nova regional segue dentro da Centro-Sul. 

Em entrevista, Lopes voltou a cobrar uma decisão rápida da prefeitura. "A partir dessa nomeação do secretário e dessa equipe técnica, nós podemos cobrar ações efetivas. O que não pode acontecer é o Centro de Belo Horizonte ficar da forma que está: abandonado, sem expectativa de vida. E a prefeitura tem de fato um papel importante nisso. O executivo precisa se manifestar, nomear esse novo secretário da regional do hipercentro e começar os trabalhos", disse. 

A reunião realizada no Mercado Central de Belo Horizonte contou com a presença do diretor presidente do Mercado, Ricardo Vasconcelos; do presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro de Belo (ACH-BH); do major Tiago Augusto, comandante da 6ª companhia de Polícia Militar; e do também vereador Leonardo Ângelo (Cidadania). Durante o evento, o grupo destacou por inúmeras vezes falhas na atuação da prefeitura no Centro de BH.

'Prefeitura é inoperante', diz CDL

O vice-presidente de Relações Públicas e Sociais da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Fausto Sebastião Izac, também esteve presente no evento e criticou a ausência de ações da prefeitura no Centro de Belo Horizonte. Segundo o representante da CDL, o Executivo é "inoperante" na região e que o local "perdeu o glamour, o charme e o bem-estar" nos últimos anos.

"O responsável número um disso é nosso síndico, o prefeito. Isso está na lei. Eu não posso chegar e fazer o que quero, tudo tem que ser submetido à prefeitura, só que a prefeitura está absolutamente inoperante e isso não é de agora. São décadas e décadas de abandono", afirmou Izac. "A ação social da nossa prefeitura é inócua. Nada está sendo feito e as coisas estão só piorando, piorando e não param de piorar. Infelizmente, o Centro está horrível", completou.

A Prefeitura de Belo Horizonte foi questionada a respeito da discussão e de falas realizadas durante o encontro, mas não retornou. O espaço segue aberto.