O PL deixou a base do governo Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Em um movimento encabeçado pelo deputado estadual Bruno Engler (PL), o partido formalizou, nesta quarta-feira (5 de fevereiro), a criação de uma bancada. A articulação alça o mesmo Engler à liderança do grupo, que, com 11 parlamentares, é o segundo maior da Casa, ao lado do PT.

Dos 11 deputados, nove apoiaram o movimento encabeçado por Engler. Apenas Antonio Carlos Arantes, que, após perder a 1ª Secretaria da ALMG, articulava a indicação para a liderança do bloco em que o PL até então estava, e o recém-empossado Lincoln Drumond não endossaram o desembarque do partido da base de Zema.

A saída do PL do bloco intitulado “Avança Minas” é atribuída por liberais a uma tentativa de interferência do governo Zema na organização do partido na ALMG. A O TEMPO, deputados apontam, de forma reservada, que a articulação de Arantes para assumir a liderança do bloco teria sido liderada pelo Palácio Tiradentes, de quem o ex-primeiro secretário é próximo.

A indicação de Arantes para a liderança do “Avança Minas” era defendida pela maior parte dos deputados de outros partidos do bloco, que, além do PL, tinha o PRD, o Cidadania, o PSDB, o PSB, o PDT, o MDB e o Solidariedade. O perfil do ex-primeiro secretário, descrito como ponderado, era visto como mais adequado para a função.

Apesar de o PL ter ensaiado a formação de um novo bloco na ALMG, as conversas com outros partidos, como, por exemplo, o Republicanos, não avançaram durante os últimos dias. Como o regimento interno da ALMG exige, no mínimo, 16 deputados para ser criado, o partido formará uma bancada, que impõe o mínimo de apenas cinco.

A intenção do PL era, além do Republicanos, atrair o Solidariedade. Caso o partido do senador Cleitinho concordasse, ainda restaria um parlamentar para o bloco alcançar o mínimo de 16. Então, a chegada do Solidariedade, que tem apenas o Professor Wendel Mesquita eleito deputado, era vista como a alternativa pelos liberais para formar o bloco.  

Embora deputados neguem que o PL fará oposição a Zema, a constituição de uma bancada dá autonomia para o partido a menos de dois anos das eleições de 2026. Engler terá assento no Colégio de Líderes, onde os acordos da Casa são referendados em última instância, e orientará diretamente o voto dos correligionários.   

O ex-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte articulava a indicação para uma liderança desde a eleição para a Mesa Diretora da ALMG, em dezembro passado. Inclusive, o movimento de Engler foi o responsável por derrubar, indiretamente, Arantes da 1ª Secretaria, assumida na última segunda (3 de fevereiro) por Gustavo Santana (PL).

Arantes, que trabalhava para ser reconduzido à Mesa, apoiou as pretensões de Engler em ser indicado para a liderança do “Avança Minas” à época. Ao saber do compromisso assumido pelo então 1º secretário, Santana, então líder do bloco, reuniu o apoio da maioria da bancada do PL para substituí-lo no cargo.