Prefeitos e vereadores de mais de 100 municípios das regiões Sul, Sudoeste e Sudeste de Minas Gerais realizaram, nesta quinta-feira (15 de maio), uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. O protesto ocorreu após o cancelamento de uma audiência pública que discutiria a situação crítica da malha rodoviária estadual nas três regiões.
A audiência estava prevista para as 10h, no Auditório José Alencar, mas foi desmarcada na véspera, sob a justificativa de que o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) não poderia enviar representantes. O encontro foi remarcado para o dia 26 de maio, mas a notícia do adiamento causou indignação entre os participantes, que já haviam se deslocado até a capital mineira, arcando com despesas de transporte e hospedagem.
Com faixas, cartazes e gritos de protesto, os manifestantes denunciaram o abandono das estradas estaduais e relataram acidentes e mortes frequentes. “Cadê o governo Zema, o DER, a Assembleia para falar alguma coisa? O que vamos dizer para a família dos nossos amigos que morreram na estrada?”, gritou um dos vereadores presentes no ato.
Mário Alves, presidente da Câmara Municipal de Caxambu e idealizador da Frente Parlamentar dos Municípios (FPM), criticou o cancelamento de última hora. “Marcaram essa audiência há 45 dias. A gente preparou tudo, vieram quase 400 vereadores para participar. Cancelaram sem considerar o esforço de todos que se deslocaram. Isso foi uma jogada política para blindar o DER e o governo Zema”, afirmou.
Segundo Mário Alves, o movimento, batizado de “O Grito de Caxambu”, foi criado para pressionar o Estado a dar respostas concretas. “Lá não tem uma estrada cheia de buraco. Tem um buraco cheio de estrada. Temos ambulâncias levando pacientes com câncer, estudantes viajando… Toda semana tem morte na estrada. É inaceitável.”
Ele citou trechos críticos como as rodovias MG-354 e BR-267, que ligam Caxambu a outras cidades do Sul de Minas. “São vias sem acostamento, sem terceira faixa, com buracos por toda parte. Não têm condições mínimas de trânsito. E o diretor do DER está passeando em Portugal”, criticou.
A deputada federal Ana Paula Leão (PP), que acompanhou a mobilização desde o início, também lamentou a ausência de representantes do Executivo. “Foi um descaso. A audiência estava marcada, todo mundo mobilizado. É frustrante. Já estive várias vezes no DER e a resposta é sempre a mesma. Já deu tempo de o governo ter feito muita coisa. A população está pagando com vidas perdidas e prejuízos econômicos, especialmente para o turismo, que é forte na região.”
Ela acrescentou que, apesar de pequenas conquistas pontuais, como a retomada da manutenção em alguns trechos, as demandas principais, como duplicações e faixas adicionais, seguem sem previsão ou cronograma.
Procurado pela reportagem, DER-MG enviou uma nota. Segue abaixo a íntegra da nota: