O presidente do Republicanos em Minas Gerais, o deputado federal licenciado Euclydes Pettersen, acredita que a união entre o partido e o MDB, apesar de não enfrentar resistências no Estado, tem poucas chances de se concretizar. Apesar disso, o parlamentar defende que a chapa ideal para disputar o governo de Minas em 2026 seja composta pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB). Pettersen comentou sobre as articulações políticas para o próximo pleito durante entrevista ao programa Café com Política, exibido no canal no YouTube de O TEMPO nesta terça-feira (22 de julho).

Conforme o deputado federal, em Minas Gerais, há uma relação de proximidade entre o Republicanos e nomes do MDB, como do presidente da ALMG, Tadeuzinho, e do presidente da legenda no estado, o deputado federal Newton Cardoso Júnior. Apesar disso, Pettersen não vê futuro em uma federação entre os partidos, considerando as diferenças de posicionamento a nível nacional.

“O partido Republicanos está no centro, tendendo para uma candidatura da direita. O MDB tem condição de ser de centro para a esquerda, pois compõem, têm ministérios junto com o atual governo (Lula). Então, a gente acredita que vai ter uma divisão nesse quesito, impedindo essa federação”, explica.

Por outro lado, para as eleições em Minas Gerais, Pettersen considera uma aliança entre o senador Cleitinho Azevedo e o presidente da ALMG, Tadeuzinho. Conforme o presidente do Republicanos, há diálogos com o MDB nesse sentido. Para ele, o Tadeuzinho seria um “excelente nome” como vice em uma chapa ao lado de Cleitinho. Porém, o deputado destaca que a composição será feita a partir de pesquisas populares e articulações para outros cargos, como para o Senado Federal.

“Ele (Tadeuzinho) foi reeleito agora presidente da Assembleia. Eu não tenho dúvida do Cleitinho na questão da gestão, com secretariado, na sua administração. E ele precisa também dessa interlocução na Assembleia. E não tem um nome melhor que o Tadeuzinho”, comenta o presidente estadual do Republicanos.

Candidatura ao Senado

Para 2026, Euclydes Pettersen pretende disputar o Senado Federal, mirando em um fortalecimento do grupo a partir da candidatura de Cleitinho ao cargo de governador de Minas. Este, inclusive, seria um dos únicos motivos pelo qual Pettersen abriria mão de uma candidatura ao cargo de senador.

“Se for para uma composição para o Cleitinho ser o nosso governador ou vice-versa, que seja um outro candidato que esteja na frente, para a gente fazer uma composição por Minas Gerais, problema nenhum (em abrir mão da candidatura)”, diz o deputado federal.

Na avaliação do presidente do Republicanos, a eleição para o Senado no próximo ano será disputada, considerando as diferentes frentes de apoio em Minas Gerais. Além dele, que terá a benção de Cleitinho, há também a possibilidade do PL lançar nomes aprovados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assim como a esquerda, com candidatos apoiados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Acredito que cada um vai ter que colocar seu plano de trabalho, seu plano de governo, junto com o candidato a governador, suas ideias, sua composição, o que vai ser feito pelo Estado de Minas Gerais com mandato no Senado, e deixar a população escolher. Mas dentro de um espaço pequeno de voto. Eu acho que vai ser muito disputado e que vença o melhor”, avalia Pettersen.

Pettersen acredita que junção de Kalil e Zema pode ter atrapalhado Mauro Tramonte

Nas eleições municipais de Belo Horizonte em 2024, o Republicanos lançou o deputado estadual Mauro Tramonte como candidato. Na campanha, Tramonte contou com o apoio do governador Romeu Zema (Novo) e do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (sem partido), que foram rivais no pleito de 2022 para o Executivo estadual. Na avaliação do presidente do Republicanos em Minas, Euclydes Pettersen, colocar Zema e Kalil no mesmo palanque pode ter atrapalhado a candidatura de Tramonte.

“Às vezes, a população ficou meio perdida porque o governador Zema disputou com Kalil há dois anos atrás. Então, fazer essa junção depois e colocar no mesmo palanque... Eu acho que ficou meio embaralhado”, pondera. “Acho que teria que ter esse distanciamento um do outro, até para entendimento mais para frente.”

Enquanto Kalil apoiava Tramonte na campanha para a Prefeitura de Belo Horizonte, a expectativa era de que o ex-chefe do Executivo da capital se filiasse ao Republicanos. Entretanto, isso não aconteceu. Pettersen nega qualquer mal-estar entre o partido e Kalil, afirmando que as conversas sobre filiação ao Republicanos ocorreram apenas em nível municipal.