O prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (Novo), defendeu a união entre o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), o vice-governador Mateus Simões (Novo) e o PL na disputa pelo governo de Minas em 2026, com o objetivo de impedir, segundo ele, o retorno do PT ao Executivo estadual. Durante entrevista ao programa Café com Política, exibido nesta quarta-feira (30 de julho) no canal no YouTube de O TEMPO, o irmão de Cleitinho também afirmou que não descarta deixar o Partido Novo e admitiu a possibilidade de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. O prefeito reforçou ainda seu apoio ao nome do governador Romeu Zema (Novo) como possível candidato à Presidência da República.
Gleidson afirma que ainda não há conversas com outros partidos para uma troca de filiação, entretanto, o futuro político do prefeito de Divinópolis pode ser decisivo para alguma mudança.
“Eu não sou apegado a nenhum tipo de partido. Nunca vou me filiar a um partido de esquerda. Mas hoje eu estou muito bem, muito satisfeito no Novo. Mas, se lá na frente tiver que haver algum tipo de mudança, se eu vier a ser candidato, eu vou mudar”, diz o chefe do Executivo.
Ele explica que ainda não há certezas de que irá se candidatar a deputado federal, por exemplo, mas não descarta a possibilidade no futuro por conta da trajetória política de quem atua no meio.
“Isso é comum no meio político, porque o político vai por fases. Eu, agora, não posso mais ser candidato a prefeito, porque já estou na minha reeleição. Então, futuramente, o que eu posso ser? Candidato a deputado federal, senador... Sempre vai ter esse tipo de especulação sobre o meu nome. Mas eu estou super tranquilo, meu foco é 100% Divinópolis”, diz.
Eleições de 2026
Para as eleições ao Governo de Minas em 2026, o prefeito de Divinópolis acredita que deva ocorrer uma união entre os pré-candidatos da direita, como o vice-governador e seu correligionário Mateus Simões, seu irmão Cleitinho e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), nome cotado pelos liberais para disputar o pleito. De acordo com Gleidson, as pesquisas devem indicar qual será o melhor para concorrer, entretanto, ele acredita que o nome de Cleitinho deve ser o mais forte por conseguir atrair eleitores de diferentes espectros políticos.
“Eu acredito que, desses três nomes, o que pode ter um potencial de voto maior, tanto para poder buscar votos não só da direita, é o meu irmão”, avalia. “O meu irmão é um cara de direita, mas ele sempre tem uma pauta para poder olhar para o povão. Então, eu acredito que muita gente que vota no PT, vota no meu irmão também. Infelizmente, hoje eu vejo que, nesse cenário, tanto o Mateus como o Nikolas são 100% da direita. Eu não vejo outro cenário de eleitores votando nesses dois candidatos”, afirma.
Gleidson descarta que um cenário em que Cleitinho e Simões sejam adversários possa causar mal-estar entre o prefeito de Divinópolis e o Partido Novo, mas reforça que há a possibilidade de deixar a legenda. “Se não tiver essa união e acharem que eu não sirvo para estar no Novo... É igual eu falei: eu não sou apegado a partido”, ressalta.
Para o cenário presidencial, Gleidson defende o nome do governador de Minas, Romeu Zema, para concorrer ao pleito no próximo ano. Ele também cita o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, como uma possibilidade forte para a direita, entretanto, como o chefe do Executivo paulista ainda não manifestou a intenção de concorrer, Gleidson acredita que Zema será a melhor alternativa por conta da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu acredito que o país hoje precisa disso: de gestores. E o Zema já mostrou no governo de Minas a eficiência dele como gestor”, diz. “Eu acredito muito na questão do Zema. Só precisa ter o apoio de todos para que ele possa concretizar essa candidatura à Presidência do Brasil.”
Investigação do MPMG
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) arquivou, por ausência de provas, a investigação que apurava a suposta participação do prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (Novo), em um esquema de corrupção envolvendo recebimento de dinheiro de empresários no município. Conforme a decisão, assinada pelo procurador de Justiça Luiz Carlos Teles de Castro, não foi identificada “a existência de elementos mínimos que pudessem subsidiar um aprofundamento nas investigações”.
O caso arquivado teve origem numa denúncia apresentada por vereadores de Divinópolis em 2023. Na época, os parlamentares alegaram haver indícios de que o prefeito e seu chefe de gabinete teriam recebido de empresários da cidade doações em dinheiro em troca de favores ilegais prestados aos respectivos doadores. A hipótese, no entanto, foi afastada após a apuração do Ministério Público, conforme decisão publicada no último dia 27 de maio.
A decisão proferida pelo Ministério Público também destaca ter sido descartada a suspeita de irregularidade no desaterramento de um terreno da cidade. Áudios vazados à época levantaram a possibilidade de favorecimento a um empresário, com suposta liberação para alterações em um terreno sem autorização prévia do município. Entretanto, depoimentos colhidos indicaram que a obra teria ocorrido após a obtenção da obrigatória autorização da prefeitura. Também neste caso, não foram identificados elementos suficientes que comprovassem prática criminosa.
Para o Ministério Público, “se não houver provas suficientes para comprovar que o Prefeito solicitou, recebeu ou aceitou promessa de vantagem indevida, à toda evidência, não há que se perquirir sobre a caracterização do delito imputado, afastando, por consequência, a deflagração da correspondente ação penal”.