A vereadora da capital mineira Cida Falabella (PSOL) comentou sobre a gestão do prefeito Álvaro Damião (União Brasil), que assumiu em abril deste ano, em Belo Horizonte. Cida lembrou que seu mandato apoiou a chapa Fuad-Damião no segundo turno na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), apesar de críticas de pessoas da esquerda, e afirmou se colocar em um lugar de mediação entre o PSOL e a gestão atualmente. A declaração foi dada ao Café com Política, do canal O TEMPO.
A entrevista foi exibida nesta terça-feira (12/8). Para Cida, Fuad e Damião fizeram um bom diálogo durante as eleições com setores defendidos pela esquerda. “No segundo turno, meu mandato foi muito firme na defesa da importância de apoiar a chapa Fuad-Álvaro, às vezes até sendo um pouco atacada pela própria esquerda e por outras pessoas, mas a gente entendeu que naquele momento era muito importante fazer essa defesa, porque a outra opção seria devastadora para as políticas públicas da cidade, e ficamos muito felizes com o resultado”, afirmou a vereadora de BH.
Na avaliação da parlamentar, Damião assumiu a prefeitura já com compromissos firmados com o eleitorado progressista, que deu seu voto a Fuad no 2º turno em detrimento do bolsonarista Bruno Engler (PL). “Eu acho que o Fuad e o Álvaro fizeram um bom diálogo com vários setores progressistas da cidade, da cultura, do meio ambiente, da assistência social, e isso foi fundamental, então eu acho que o Álvaro já assume com o compromisso com esse eleitorado mais progressista, esse eleitorado que quer transformações mais profundas na cidade, e eu acho que ele está nesse processo”, avaliou.
Para a vereadora, Damião entrou em uma situação difícil ao participar na chapa como vice e depois ter que se tornar prefeito logo no começo do mandato, com a morte de Fuad. “Não é fácil estar na chapa como vice e se tornar prefeito. Álvaro é um comunicador, um homem do povo, que vem do povo, isso eu acho que facilita muito o trânsito dele. É uma pessoa aberta ao diálogo, com quem a gente tem tido uma construção importante como a gente teve com o prefeito Kalil e com o próprio Fuad quando assumiu o governo”.
‘Equívocos’
Cida definiu as atitudes negativas da gestão como “equívocos”. “(Álvaro Damião) comete, posso ver, alguns equívocos. Tem decisões para nós que são complicadas. A greve dos professores foi um momento delicado, a viagem à Israel foi um momento bem delicado, que inclusive se desdobrou de uma maneira preocupante para ele mesmo, colocando em risco as vidas de quem estava lá, mas o que a gente tem para dizer é que um governo que precisa ser disputado, no sentido de trazê-lo para essas pautas progressistas, para essas transformações mais profundas da cidade", avaliou.
Outro ponto de atenção levantado pela vereadora foi a aprovação de uma série de leis “ideológicas” na Câmara, como o Dia Municipal dos Métodos Naturais e a bíblia como material paradidático em escolas da capital . Apesar de não terem sido sancionados por Damião, não foram vetadas, o que permitiu que elas entrassem em vigor após promulgação do presidente da Casa, Juliano Lopes (Podemos). Cida lembrou que o PSOL judicializou as medidas, que considera inconstitucionais, e afirmou que a situação pode chegar a um “limite” em algum momento. “Mas no geral a gente está tendo bastante diálogo e compromisso”, finalizou.