Futuro

Após derrotas no Estado, Gleisi diz que PT está em processo de reconstrução

Presidente nacional do partido afirma que resultado negativo no Estado foi o mais expressivo do país

Por Bruno Menezes
Publicado em 31 de março de 2019 | 03:00
 
 
 
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Após a derrota de Fernando Haddad (PT) na eleição presidencial do ano passado, casada com os fracassos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na votação em Minas para o Senado Federal e aa reeleição do ex-governador Fernando Pimentel para o Estado, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, avalia que o momento que o partido atravessa é de reflexão e reconstrução. Em entrevista à rádio Super 91,7 FM, na última quinta-feira (28), a líder petista, que esteve em Belo Horizonte para participar de um evento do partido, disse confiar na base forte que a sigla tem no Estado e nas Casas legislativas. 

“Obviamente que tem o recomeço. Nós perdemos o governo, perdemos a eleição nacional. Estamos em um processo de recomeço, reorganização e reconstrução do partido. E a minha vinda aqui faz parte disso. De conversar com a militância para a gente poder fazer as coisas acontecerem”, pontuou. Na visão da petista, apesar das derrotas em outras regiões, Minas se consagrou como a mais expressiva para a legenda. “Na verdade, fez parte de uma onda, principalmente na região Sul e Sudeste, de votação em candidatos da direita e da extrema direita. Aconteceu isso no Rio de Janeiro, aconteceu aqui em Minas, tivemos também em São Paulo. Ou seja, tanto as candidatura para governo quanto para Senado assumiram esse perfil”, afirmou. Em Minas, Gleisi destacou que notícias falsas foram cruciais para a derrota de Pimentel, mas apontou que as dificuldades financeiras e a má relação com o funcionalismo público também foram um peso.

Diante de uma árdua luta para juntar os cacos e reconstruir a imagem partidária nacional e, principalmente, em Minas Gerais – segundo maior colégio eleitoral do país – e se reconectar com a base, Gleisi Hoffmann afirmou que o partido tem feito estudos sobre os acontecimentos do ano passado. “A gente tem vários especialistas no partido, junto com a fundação Perseu Abramo, estudando esse evento que aconteceu e quais as possibilidades de a gente fazer frente a ele. Não é algo simples, é um desafio”, disse. Em sua fala, ela também cutucou a atual gestão do governador Romeu Zema (Novo) no Estado, o qual acredita que não conseguiu levar adiante o discurso inovador da campanha eleitoral propagada por seu partido.

“Acho que tem tudo para não dar certo pelo que nós estamos observando. Tem características muito semelhantes ao governo Bolsonaro. Arrogância, despreparo, falta de conhecimento da complexidade de uma gestão pública. Você compara gestão pública com gestão privada. É extremamente diferente. Não adianta criminalizar a política. A política existe desde que nós existimos”, defende. 

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