O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lagoa da Pampulha, que será votado na próxima (11), promete “dor de cabeça” para a Prefeitura de Belo Horizonte. Nos bastidores, a informação é de que o documento, de mais de 600 páginas, elaborado pelo vereador Bráulio Lara (Novo), vai pedir o indiciamento do secretário de governo da PBH, Josué Valadão e de outras 19 pessoas.

A CPI investigou os contratos firmados entre PBH e o Consórcio Pampulha Viva, responsável pela limpeza da Lagoa da Pampulha. Os serviços foram contratados em 2016, ainda na gestão do prefeito Márcio Lacerda, e na época, Valadão era o secretário Municipal de Obras e foi o responsável pela assinatura dos contratos.

Nos bastidores, a conta é de que o relatório de Braulio Lara receba quatro votos pela aprovação contra três pela reprovação do documento. Na divisão dos lados na casa, quatro vereadores (Bráulio Lara, Irlan Melo, Sergio Pinho Tavares e Jorge Santos) são oposição à PBH, outros três (Juliano Lopes, Rubão e Flávia Borja) são da base do governo. 

Nesse contexto, o presidente da Casa, Gabriel Azevedo, nesta sexta-feira, por meio de nota, acusou Josué Valadão de tentar coagir os vereadores da CPI a irem contra o relatório. 

“O Secretário Municipal de Governo, Josué Valadão, que inclusive tentou interferir na eleição da Mesa Diretora, em dezembro de 2022, coagindo vereadores na sede do Poder Legislativo, está oferecendo vantagens aos membros do colegiado para interferir nos trabalhos da CPI”, acusou Azevedo que pediu que Valadão renuncie ao cargo. 

Os vereadores membros foram procurados para comentar a nota da presidência, três negaram que foram coagidos, os outros não responderam. 

O Aparte procurou pelo secretário Josué Valadão para comentar as declarações do presidente. Ele visualizou as mensagens enviadas mas não respondeu.