Exercendo seu segundo mandato na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) não esconde seu desejo de ser prefeito da capital mineira. Se o possível candidato, de fato, disputar as eleições municipais de 2024, apresentará ao eleitor um mandato ligado à mobilidade urbana e transporte coletivo. Como exemplo, o mais recente projeto de lei de sua autoria, o PL 392/2022, prevê que todos os veículos para serviço público na capital, como ônibus, suplementares e táxis, sejam elétricos até julho de 2028.
O valor estimado para substituição total da frota de ônibus da capital mineira é de R$ 8 bilhões. Segundo o texto do PL, as despesas para execução ocorrerão por meio das dotações orçamentárias próprias – valores previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) – e suplementadas se necessário. De acordo com Gabriel, os detalhes dos custos da implantação serão debatidos no Grupo de Trabalho de Mobilidade da CMBH. Atualmente, o PL aguarda parecer da Comissão de Legislação e Justiça, e não há previsão de votação em primeiro turno.
Gabriel projeta uma Belo Horizonte verde, com painéis fotovoltaicos instalados na PBH, Câmara e garagens de ônibus e táxis. “Há uma emergência climática, a pior contribuição atual de Belo Horizonte para o clima, para sustentabilidade, é a emissão de gases provenientes da queima de combustível fóssil. Também é uma certeza que o diesel e os combustíveis vão continuar aumentando, e isso não deveria pesar no bolso do cidadão”, afirma o vereador.
O tema da mobilidade foi apresentado como uma das bases de sua campanha à reeleição na Câmara em 2020. “Quero me comprometer com uma meta-síntese, uma Belo Horizonte inteligente, e cinco eixos de mandato: educação, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, regionalização e mobilidade”, divulgou à época. Foi reeleito com 13.088 votos, quase 3.000 a mais que em 2016.
Gabriel tem capitaneado debates que envolvem a circulação de pessoas e automóveis em Belo Horizonte. Presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da BHTrans, que indiciou, além de 38 pessoas, o então prefeito Alexandre Kalil (PSD), seu desafeto político desde que romperam após Gabriel coordenar a campanha exitosa de Kalil ao Executivo.
Liderou na Câmara a negociação para viabilizar o repasse de R$ 237,5 milhões em subsídio para as empresas de ônibus da capital e escreveu o anteprojeto que deu origem à Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte e resultou na extinção da BHTrans.
Ainda no primeiro mandato, redigiu um projeto de lei que criava o compartilhamento de bicicletas pelas ruas de Belo Horizonte. Sobre a confirmação da sua candidatura em 2024, Gabriel desconversou: “2024 é algo muito distante, eu sei falar do agora e, no agora, as pessoas sofrem muito com mobilidade na nossa cidade. Eu não estou esperando dar 2024”.