Após pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira (12), a maioria dos movimentos cancelou as convocações para manifestações previstas para este domingo (15) em Belo Horizonte. Os atos estavam sendo organizados por movimentos de conservadores de direita e também por políticos do PSL, partido pelo qual o presidente se elegeu.
Entre os movimentos que já se manifestaram pela suspensão dos atos estão o Direita Minas, o Direita BH, o Movimento Brasil Conservador, o Pro Libertas, o Movimento Conservadores em Ação e o Nas Ruas. Os atos seriam em apoio ao presidente, e, inicialmente, também foram divulgados como sendo contrários ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional.
Segundo o líder do Direita BH, Daniel Rocha, a medida atende ao pedido do próprio presidente Jair Bolsonaro em razão da pandemia de coronavírus declarada recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e das recomendações de evitar grandes aglomerações para tentar conter a transmissão da Covid-19 no Brasil.
“Em Belo Horizonte, todos os movimentos envolvidos tiveram uma reunião nesta sexta-feira (13) em caráter de urgência e não vamos realizar o manifesto a pedido do próprio presidente Bolsonaro”, afirmou.
O coordenador do Pro Libertas, Dirceu Leonardo Ribeiro dos Santos, acrescentou ainda que a manutenção dos protestos seria de grande irresponsabilidade, dado o risco que a doença representa.
“Grande parte do público que frequenta a praça da Liberdade (local onde seria realizado o ato na capital mineira) nessas manifestações são pessoas com média de idade de 50 anos para cima, e nós não podemos ser irresponsáveis com esse público diante dessa situação de risco à saúde pública”.
Por meio de nota, a presidente do Movimento Conservadores em Ação, Raquel Tavares Morato, informou que não sairá às ruas no próximo domingo.
“Após seu pedido em rede nacional por prudência nas manifestações espontâneas e democráticas em defesa da soberania nacional, optamos por acatar sua orientação e adiar a manifestação”. O movimento Direita Minas também anunciou pelas redes sociais a suspensão do protesto.
Também foi divulgada nas redes sociais do movimento Nas Ruas uma nota anunciando o adiamento dos atos em todo o país. “Em um momento futuro, quando a nação brasileira poderá manifestar nas ruas de todo o Brasil seu apoio ao presidente e exigir o correto trâmite das reformas administrativa e tributária que serão apresentadas ao Congresso, em segurança, convocaremos novamente”.
A orientação do presidente também foi acatada pelos parlamentares mineiros do PSL que estavam convocando os atos na capital mineira. O deputado estadual Bruno Engler anunciou em suas redes sociais o adiamento do ato, e o deputado Coronel Sandro informou que não vai às ruas.
“Minha posição é de atender o pedido do presidente em razão dessa situação grave da pandemia do coronavírus. Por isso, nós não estamos mais convocando as pessoas para o movimento do dia 15 de março”, afirmou o deputado estadual.
Apenas o líder do Endireita BH, Igor Santos Silva, informou que a convocação para o dia 15 estava mantida. “Eu mesmo estou incentivando o pessoal a não desistir da manifestação". Porém, ele admitiu que ainda estava tudo muito incerto pois vários movimentos estavam sendo cancelados.