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Auditoria aponta que Esteves e BTG não participaram de 'atos ilícitos'

Foram analisados mais de 430 mil documentos que transitaram nas mãos e emails de mais de 50 funcionários do banco

Por Folhapress
Publicado em 07 de abril de 2016 | 12:42
 
 
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Depois de quatro meses de trabalho, o BTG Pactual anunciou que uma auditoria interna verificou que o banco e André Esteves, antigo controlador, não participaram de "atos ilícitos ou de corrupção".

O trabalho foi conduzido por dois escritórios de advocacia -Quinn Emanuel, dos EUA, e o brasileiro Veirano Advogados. Foram analisados mais de 430 mil documentos que transitaram nas mãos e emails de mais de 50 funcionários do banco.

O objetivo era verificar se o BTG ou qualquer um de seus funcionários e executivos prometeram vantagens indevidas ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró em troca do silêncio dele em favor de André Esteves.

O banqueiro foi preso pela PF, depois que o senador Delcídio do Amaral foi pego em uma gravação feita pelo filho de Cerveró oferecendo uma pensão mensal à família de Cerveró e um prêmio milionário ao ex-diretor da Petrobras, que fugiria do país em um jato particular. Esteves, segundo o senador, participaria desse esquema, desde que Cerveró não envolvesse o banco na Lava Jato.

Esteves também teria oferecido vantagens ao deputado Eduardo Cunha em troca da aprovação de medidas provisórias que supostamente favoreceriam o banco e teria pago propina ao senador Fernando Collor de Mello em troca de contratos com a BR Distribuidora e uma rede de postos de combustível que tem o banco como sócio.

Outras operações suspeitas envolveram os negócios fechados entre o banco e empresário José Carlos Bumlai e a corrupção na Sete Brasil, empresa de sondas que tem o BTG como um dos maiores acionistas.

Os advogados entenderam que "não existem indícios que permitem concluir que Esteves, BTG Pactual ou quaisquer de seus funcionários participaram de atos ilícitos ou de corrupção".
Para o presidente do BTG, Persio Arida, esse é "mais um marco importante na retomada dos nossos negócios".

Desde que o caso veio a público, o banco sofreu uma onda de saques de investidores. Para conter a crise, foram vendidos ativos e parte da carteira de crédito. O banco também conseguiu uma linha de crédito com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

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