Essa é a medida?

Augusto Heleno diz que jornalistas devem 'fingir' que não há ofensas no Alvorada

Com esta solução, ministro-chefe do GSI afirmou que a imprensa poderá voltar a cobrir com tranquilidade a saída do presidente Jair Bolsonaro do Palácio

Por folhapress
Publicado em 28 de maio de 2020 | 15:17
 
 
 
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O general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) do governo federal, afirmou que os jornalistas poderão voltar a cobrir com tranquilidade a saída do presidente Jair Bolsonaro do Palácio da Alvorada, mas devem "fingir que não ouviram" quando forem ofendidos por manifestantes.

"Vim aqui para pacificar essa relação, para vocês terem tranquilidade de trabalhar, vocês têm que trabalhar e os manifestantes têm o direito de ficar ali. Agora, se alguém gritar, vocês têm que fingir que não ouviram", disse ele em uma conversa rápida com um grupo de jornalistas na manhã desta quinta (28), no Alvorada, em Brasília. A declaração foi divulgada pela "Band News".

O "UOL", o jornal "Folha de S.Paulo", o "Grupo Globo", o "Metrópoles" e a "TV Band" decidiram retirar os jornalistas do chamado "curralzinho", espaço normalmente destinado à imprensa na frente do Alvorada, pela falta de segurança no local.

Jornalistas vêm sendo hostilizados frequentemente por apoiadores do presidente, que xingam e exigem a saída dos profissionais daquele local.

Heleno disse que o governo não tem interesse em que os ataques continuem. Após ouvir reclamações de jornalistas presentes, ele afirmou que a imprensa terá um tempo para deixar o local antes dos manifestantes e saírem em segurança.

"Nós somos os maiores interessados em querer que nada aconteça aqui. Mas a expressão de voz é um direito do cidadão. Se eu não estou ofendendo ninguém, é um direito. Mas isso é educação, formação. A liberdade de expressão vale para todo mundo", afirmou

No entanto, o presidente Jair Bolsonaro, que constantemente reclama da cobertura da mídia sobre o governo, já chamou a "Folha de S.Paulo" de "canalha" e mandou um repórter do jornal "Estado de S. Paulo" calar a boca, disse que a decisão por parte de alguns veículos de suspender temporariamente a cobertura diária no Palácio da Alvorada por falta de segurança é "vitimismo".

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