BRASÍLIA - A vitória do republicano Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris na disputa pela Presidência dos Estados Unidos repercutiu entre parlamentares brasileiros. Nesta quarta-feira (6), deputados e senadores governistas e da oposição se manifestaram, em posições divididas, por meio de redes sociais.

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (Republicanos-SP), cumprimentou Trump “em nome do Republicanos e da 1ª vice-presidência da Câmara". “Brasil e EUA possuem uma relação bilateral histórica, que deve ser mantida, independentemente das diferenças ideológicas entre os respectivos governos”, escreveu.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), afirmou que o colegiado “saúda a eleição” de Trump, assim como “o povo americano pela expressiva participação neste processo e por contribuírem com eleições livres, limpas e transparentes, o que fortalece a democracia como única alternativa viável para a transformação política das nações”.

Ele defendeu o fortalecimento de relações bilaterais entre os dois países que "têm vocação natural para liderar e devem atuar, prioritariamente, no fomento do diálogo e da cooperação, elementos essenciais para dotarmos a região das ferramentas necessárias ao seu pleno desenvolvimento em prol dos nossos cidadãos”. 

Favorito na disputa ao comando da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou acreditar que o Brasil saberá se posicionar de forma a priorizar os interesses nacionais. "Eu acredito que é um momento em que o Brasil, cada vez mais, tem que se consolidar nas suas relações internacionais. Não acredito que o país comprometa as suas relações com os Estados Unidos, que é um grande parceiro, por uma questão político-ideológica", disse. 

Governistas destacaram a democracia como expressão da vontade da maioria 

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), repostou a mensagem em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabeniza Trump e comentou: “A democracia é o regime político de expressão da vontade da maioria e não da realização de desejos ou vontades individuais. Tal qual o presidente @LulaOficial, desejo sucesso ao presidente Donald Trump e, sobretudo, a manutenção de diálogo e trabalho conjunto entre Brasil e Estados Unidos”.

A mesma linha foi seguida pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), que parabenizou Trump. "A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo", afirmou.

Governista, a presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) se posicionou de forma mais radical. Ela afirmou que a vitória de Trump “é um sinal de alerta para o campo democrático no mundo todo”. “A polarização se mantém como uma realidade e temos de nos preparar para enfrentá-la também aqui no Brasil, onde a extrema direita já se assanha com o resultado”, acrescentou.  

De acordo com Gleisi, é preciso “fortalecer o campo da democracia em nosso país, mas principalmente dar respostas concretas às necessidades e expectativas do povo, que não cabem na receita neoliberal que o mercado quer impor ao governo e ao país”.

Aliados de Jair Bolsonaro comemoraram resultado e fazem paralelo com Brasil

Mais manifestações foram feitas, principalmente, por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que compartilham posição política semelhante à de Trump. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) escreveu que “venceu a liberdade, a democracia e o conservadorismo”. “Que os bons ventos soprem agora no Brasil”, sugeriu.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que acompanhou a apuração dos votos dos Estados Unidos, publicou uma mensagem em inglês que, em tradução livre, diz: “Bem-vindo de volta, Sr. Presidente, de onde você nunca deveria ter saído”.

“A vitória de Trump simboliza a força de uma nação que valoriza a soberania e rejeita tentativas de intervenção ideológica. É uma vitória dos valores tradicionais, de quem acredita na força de cada cidadão e na defesa da pátria. Sem dúvida, os conservadores de todo o mundo veem essa vitória como um fortalecimento e um sinal de novos tempos”, publicou a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP).

O deputado Sanderson (PL-RS) declarou que “Trump é um defensor da ordem, dos valores familiares e da liberdade” e que “sua vitória é um verdadeiro marco para o conservadorismo, que busca construir sociedades pautadas na responsabilidade individual e no respeito aos princípios tradicionais”.

O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) viu a vitória de Trump como “um fortalecimento das soberanias nacionais e um passo importante na luta contra interferências que comprometem a liberdade dos povos”. Isso, de acordo com ele, porque o futuro presidente dos EUA "tem uma postura firme contra o globalismo e as imposições externas".

“Trump representa a voz do povo americano que escolheu uma liderança comprometida com a liberdade e a prosperidade. Sua vitória é uma demonstração de que as pessoas querem um governo que valorize a independência e o crescimento. Os Estados Unidos, sob a liderança de Trump, servirão de exemplo para os que defendem a liberdade”, escreveu o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE).