BRASÍLIA – O ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi (PDT) afirmou à equipe de O TEMPO em Brasília que comparecerá, nesta segunda-feira (8/9), ao depoimento da CPMI do INSS, instaurada no Congresso para investigar fraudes bilionárias que prejudicaram aposentados e pensionistas do instituto.
Lupi disse esperar dos congressistas um “tratamento respeitoso” e declarou que dará “respostas diretas” aos questionamentos. O ex-ministro deve ser indagado, principalmente por integrantes da oposição, sobre sua atuação no combate a irregularidades.
O ex-ministro pediu demissão em maio deste ano, após uma investigação revelar um esquema de corrupção em benefícios de aposentadorias e pensões do INSS. Lupi chefiou a Previdência entre 2023 e 2025. Ele nega qualquer irregularidade.
Esta será a sexta reunião da CPMI. Até agora, o colegiado colheu três depoimentos. O último foi o da diretora de Auditoria de Previdência e Benefícios da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota. Segundo ela, o INSS foi informado de possíveis irregularidades em 2019 e voltou a ser alertado pela própria CGU no ano passado.
Na última segunda-feira (1º/9), os integrantes ouviram o advogado Eli Cohen, que afirmou que um esquema de corrupção da dimensão dos descontos indevidos e dos empréstimos consignados fraudulentos não funcionaria sem a conivência de servidores públicos.
A primeira depoente da comissão foi a defensora pública da União, Patrícia Bettin Chaves. Ela sugeriu aos congressistas a aprovação de projetos que proíbam descontos de associações diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.
Em 26 de agosto, na segunda reunião do colegiado, os parlamentares aprovaram o plano de trabalho do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que prevê a oitiva de gestores da Previdência Social de 2015 a 2025. Na mesma reunião, elegeram o deputado Duarte Jr. (PSB-MA) como vice-presidente da comissão.
Por fim, em 20 de agosto, a CPMI foi instalada com uma reviravolta, após a oposição derrotar o governo e eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente. Ele, por sua vez, escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para a relatoria.
Além dos depoimentos, a CPMI já aprovou diversos requerimentos de convocação, convites e solicitação de informações a órgãos envolvidos no assunto. A comissão também aprovou, com 26 votos a favor e nenhum contrário, o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) de um pedido de prisão preventiva contra 21 pessoas que estariam envolvidas na fraude.