BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o PT não tem “plano B” para a eleição presidencial de 2026, além do nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“2026, não tem plano B, na minha opinião. É o Lula. Depois de 2026, aí, evidentemente que o nome do Camilo [Santana, ministro da Educação] está posto”, afirmou na sexta-feira (3) à rádio Opinião CE.
Além de Camilo Santana, que já foi governador do Ceará, como “um quadro hoje que está se projetando nacionalmente”, Guimarães citou “como referência” os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil).
Na avaliação do líder, o trabalho agora precisa ser focado em unir apoio político-partidário para “preparar o governo para a reeleição do Lula”. “Eu defendo a tese de que nós temos que ampliar a base, trazer todo mundo agora para o governo, esses partidos mais ao centro, pensando em 2026, para construirmos uma mega aliança para garantir a reeleição do Lula”, frisou.
Desde a campanha de 2022, Lula tem se dividido sobre a tentativa à reeleição para seu quarto mandato. Inicialmente, ele descartou a ideia, mas foi mudando de opinião. Em junho de 2024, ele declarou à rádio CBN que poderia considerar a ideia “se fosse necessário para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem a governar”.
Em novembro, o presidente frisou à CNN Internacional: “2026 eu vou deixar para pensar em 2026. Tem vários partidos que me apoiam, e eu vou discutir isso com muita sobriedade e seriedade”.
PL da Anistia
Guimarães também declarou, à rádio Opinião CE, que a Câmara não deve votar o projeto de lei que anistia envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Não há espaço para a anistia. A Câmara não vai votar isso, porque o espaço está muito espremido pelos fatos”, afirmou. “Não há espaço para aprovar essa tal da anistia. Não vejo nenhum espaço para isso e nem acho que o presidente da Câmara vá colocar isso para votar”, acrescentou.
A proposta perdeu força quando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu em outubro criar uma comissão especial para analisar o texto. O colegiado, no entanto, nunca saiu do papel.
Para o líder, o debate ficou perdeu força com a prisão do general Walter Braga Netto, que integrou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e a investigação da Polícia Federal (PF) que revelou a tentativa de um golpe de Estado em 2022. Apesar de enfraquecida, a pauta segue sendo uma das prioridades da oposição.
“Quando aconteceu a tentativa de golpe no dia 8, se fosse só aquilo, eles construíram um movimento muito forte para aprovar a anistia, mesmo com nossas manifestações contrárias. Tinha certo espaço para isso”, disse.
Guimarães completou: “Vieram os fatos subsequentes, as prisões do Cid, do general Braga, a questão do plano montado para tirar a vida do presidente, do vice-presidente e de um ministro do Supremo. Então, o espaço para debater e aprovar isso está muito reduzido”.