BRASÍLIA - O pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que tentou convencê-lo de que “domingo de manhã, no Rio de Janeiro” não seria o melhor horário para fazer o ato pela anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro.
“Eu avisei ao Bolsonaro: 'carioca, no domingo, acorda mais tarde, se der praia, piora, tem jogo de Fla-Flu'. Mas ele: 'não, vamos fazer, vamos fazer. Depois fazemos um em São Paulo'”, explicou Malafaia em entrevista ao Uol.
A mobilização, custeada pelo pastor líder da Assembleia de Deus, foi uma tentativa de pressionar o Congresso para aprovação do chamado PL da Anistia, para anular a pena dos condenados pelos atos de invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.
Bolsonaro esperava reunir 1 milhão de apoiadores na orla do Rio, mas o público confirmado foi de 18 mil pessoas, de acordo com números levantados pelo Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
Aliados de Bolsonaro decidiram concentrar o evento no Rio de Janeiro e cancelaram manifestações que estavam previstas em outras capitais do país, como São Paulo, Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO).
A decisão teve como objetivo centralizar os holofotes e reunir o maior número possível de aliados e apoiadores no Rio de Janeiro, em uma sinalização de força e unidade do grupo político liderado por Bolsonaro.
Ainda na entrevista ao portal Uol, Silas Malafaia destacou outro ato realizado em 2024. “No ano passado, 21 de abril, tivemos uma plateia semelhante a isso [ao da manifestação realizada ontem]. Eu disse para o Bolsonaro que domingo de manhã, no Rio de Janeiro, não é o melhor lugar para se fazer manifestação”, destacou o pastor.