BRASÍLIA — O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), marcou para quarta-feira (23) um jantar com os líderes que compõem a base do Palácio do Planalto, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é esperado para a reunião. 

O encontro praticamente antecede o embarque do petista e de sua comitiva com os chefes dos Poderes para o funeral do Papa Francisco, no Vaticano — além do próprio Hugo Motta, os presidentes do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, também viajarão à Itália com Lula.

O jantar do presidente brasileiro com os líderes dos partidos que compõem a base, mediado por Hugo Motta, é visto como um aceno às siglas que votam com o Palácio do Planalto na Câmara dos Deputados. 

As lideranças de partidos mais à esquerda e mais próximos do governo Lula são presenças dadas como certas. Os líderes de siglas do Centrão que ocupam ministérios também são esperados, entre eles Antônio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Assuntos caros ao presidente Lula serão tratados na reunião do colégio de líderes da próxima quinta-feira (24), entre eles o requerimento de urgência do Projeto de Lei (PL) para anistiar os réus e os condenados pelo 8 de janeiro — pauta que encontra resistência nos Poderes Executivo e Judiciário. 

A perspectiva é que o presidente Hugo Motta também indique na reunião a data de instalação da comissão especial para discussão do PL que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda contemplando quem recebe até R$ 5 mil por mês. O relator dessa proposta é o ex-presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).

O encontro de quarta-feira acontece ainda na esteira da rejeição do deputado Pedro Lucas (União Brasil-MA) ao convite feito pelo presidente Lula para assumir o Ministério das Comunicações. Uma das principais razões para a recusa de Pedro Lucas é a falta de uma liderança mais governista no União Brasil que poderia ocupar o lugar dele se ele se transferisse para o ministério; interlocutores dizem que o deputado pretendia aceitar o convite petista, mas optou por recusá-lo para tentar manter certa "unidade" na bancada do partido na Câmara dos Deputados.