BRASÍLIA - A permanência do deputado federal André Janones no Avante de Minas Gerais ainda é incerta para a eleição, e o político desperta o interesse do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
O ex-ministro da Previdência Social do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém conversas com quadros importantes para o partido para avaliar o impacto da entrada do deputado mineiro no quadro do PDT na Câmara. O nome, entretanto, enfrenta resistências entre aliados de Lupi.
Apesar disso, o presidente do partido trata como certa a filiação de André Janones para o ano eleitoral. O eventual capital político do deputado é tratado como atrativo para Lupi, que teme o encolhimento do PDT pela cláusula de barreira no próximo pleito.
A regra eleitoral define que apenas os partidos que elegerem, pelo menos, 11 deputados federais ou que obtiverem mais de 20% dos votos válidos em mais de 9 estados brasileiros não serão afetados pela cláusula. Aqueles que não chegarem à marca não poderão ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita em rádio e televisão.
Hoje, a bancada do PDT reúne 17 deputados e ultrapassou a cláusula de barreira na última eleição. Para a próxima eleição, o partido conta com, pelo menos, a filiação de quatro deputados que detêm mandatos e estão em outros partidos; entre eles o próprio André Janones.
Outra hipótese que chegou a constar na mesa de Lupi era adotar uma federação, que permitira ao partido se aliar a outro; a união contaria para fins da cláusula de desempenho.
Suspensão
A Câmara dos Deputados suspendeu o mandato de André Janones nesta terça-feira (15/7) pelo período de três meses. A punição distribuída a ele pelo Conselho de Ética é resultado de uma representação da Mesa Diretora da Câmara presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), após uma confusão ligada a Janones durante sessão do plenário no último dia 9.
A avaliação da direção da Câmara é que o deputado provocou o colega Nikolas Ferreira (PL-MG) e atrapalhou o andamento da sessão do plenário. "As falas do representado excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares", descreve a representação.
Janones contesta as acusações. O deputado, inclusive, registrou queixa-crime na Polícia Civil e ofereceu denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) e à corregedoria da Câmara contra dois parlamentares. A alegação é que Giovani Cherini (PL-RS) e Sargento Gonçalves (PL-RN) o agrediram durante o episódio. Imagens registradas no plenário também mostram o deputado Cabo Gilberto (PL-PB) dando um chute nas pernas de Janones.
Apesar do Conselho de Ética ter suspendido seu mandato, Janones ainda pode recorrer ao plenário.