BRASÍLIA - Partidos que ocupam cargos no primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) somaram 63% dos votos que derrubaram, na Câmara dos Deputados, os três decretos de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão, que representa uma derrota para o governo, foi tomada na noite de quarta-feira (25) e contou com o aval também do Senado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou negociar um pacote alternativo com o Congresso Nacional para evitar a derrubada dos decretos, mas foi vencido. O aumento das alíquotas do IOF foi assinado pelo governo como forma de aumentar a arrecadação e cumprir a meta fiscal sem maiores congelamentos orçamentários.

Têm o comando de ministérios e registraram votos contra o governo as seguintes legendas: PSB, PSD, PDT, MDB, União Brasil, Republicanos e PP. Há partidos na lista que são divididos no apoio ao governo Lula. É o caso, por exemplo, de União Brasil, Republicanos e PP, com parlamentares que dizem não compor a base governista.

Na Câmara, a votação teve ainda um voto do PT, o partido de Lula, contrário ao governo. O deputado Rui Falcão (SP) alegou que cometeu um erro no momento da decisão e pediu correção do voto. O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, deu nove votos contra os decretos.

A primeira votação foi na Câmara dos Deputados, onde o governo conseguiu o apoio de apenas 98 parlamentares para manter os decretos. Dos 383 votos favoráveis à derrubada da alta do IOF, 242 foram de partidos com ministérios, o equivalente a 63% das cédulas. Veja abaixo os detalhes por siglas: 

  • União Brasil – 58 votos favoráveis, na bancada de 60 deputados
  • PP – 48 votos favoráveis, na bancada de 49 deputados
  • Republicanos – 42 votos favoráveis, na bancada de 44 deputados
  • MDB – 41 votos favoráveis, na bancada de 44 deputados
  • PSD - 27 votos favoráveis, na bancada de 45 deputados
  • PDT - 16 votos favoráveis, na bancada de 17 deputados
  • PSB - 9 votos favoráveis, na bancada de 15 deputados
  • PT – 1 voto favorável, na bancada de 67 deputados

Dos partidos que estão no primeiro escalão do governo, apenas PCdoB, Psol e Rede Sustentabilidade não tiveram registro de votos contrários aos decretos de Lula.

No Senado, a votação foi diferente da Câmara e não contou com o modelo nominal, ou seja, com a marcação individual da posição de cada parlamentar. Em vez disso, houve a votação simbólica, com uma manifestação única do plenário e o registro, no sistema, dos votos contrários.

Se manifestaram contra a derrubada dos decretos do IOF a bancada do PT, composta por nove senadores, e o líder do PDT, senador Weverton (MA), de forma individual. Veja abaixo quantos senadores têm os partidos que ocupam o comando de ministérios:

  • PSD – tem 14 senadores
  • MDB – tem 11 senadores
  • PP – tem 7 senadores
  • União Brasil – tem 7 senadores
  • PDT – tem 3 senadores
  • PSB – tem 4 senadores
  • Republicanos – tem 4 senadores