BRASÍLIA - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou trabalhar para que os senadores que foram aos Estados Unidos negociar a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras não encontrem canal de diálogo. A declaração foi concedida em entrevista ao SBT nesta segunda-feira (28/7).

Questionado se o grupo encontrará diálogo, ele respondeu: “Com certeza, não. E eu trabalho para que eles não encontrem diálogo, porque eu sei que, vindo desse tipo de pessoa, só haverá acordos daquele tipo 'meio-termo', que não é nem certo nem errado. Eu sei o que é certo”. 

Eduardo voltou a indicar que o “certo” é garantir “liberdade” para os réus e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, voltando a colocar a anistia como condição para negociação com Trump. “A gente não está mais no tempo de ficar encontrando o meio-termo como se a gente estivesse em tempos de paz. Nós estamos em guerra e é tudo ou nada”, destacou. 

“Essa comitiva de senadores ignora a questão mais básica, que é a questão da crise institucional”, completou Eduardo, citando a defesa que o presidente dos EUA, Donald Trump, fez ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado em ação penal que pode ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro. 

Eduardo Bolsonaro está nos EUA desde março deste ano, quando se afastou do mandato para buscar sanções contra autoridades que conduzem processos contra sua família. É o caso do ministro Alexandre de Moraes - relator da ação do golpe – que, junto a outros ministros do STF, teve o visto cancelado. 

Já a comitiva de oito senadores da base governista e da oposição chegou a Washington, capital dos EUA, no fim de semana para negociar o tarifaço, que entra em vigor na sexta-feira (1º/8). Na segunda-feira, eles se reuniram com a embaixadora do Brasil Maria Luiza Viotti. Nesta terça-feira (29/7), têm encontros com congressistas norte-americanos.