BRASÍLIA - O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) pediu à Polícia Federal (PF) a demissão do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é servidor da instituição, devido à sua atuação junto ao governo dos Estados Unidos por sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras.

Eduardo é escrivão de polícia concursado pela PF e está licenciado do cargo para exercer o mandato na Câmara dos Deputados. Em ofício enviado nesta segunda-feira (28/7), Boulos argumenta que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro cometeu crime contra a soberania nacional.

Segundo Boulos, Eduardo vem “realizando articulações com o governo daquele país para a aplicação de sanções, taxações, penalidades e atos hostis contra o Brasil e contra autoridades nacionais", destacou. 

O ofício destaca que Eduardo violou a lei que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

A norma determina a demissão do servidor nos casos de crime contra a administração pública; improbidade administrativa; lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; ou quando o servidor valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública.

A expectativa é que o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, encaminhe o ofício de Boulos à corregedoria da corporação e que seja iniciado um processo administrativo contra Eduardo.

Guilherme Boulos e Eduardo Bolsonaro foram os deputados federais mais votados do estado de São Paulo nas duas últimas eleições. Em 2022, o político do PSOL liderou a votação com 1,01 milhão de votos, enquanto em 2018, o filho de Jair Bolsonaro foi o mais votado da história, com 1,84 milhão de votos.