BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste sábado (5) que “o diálogo está vencendo”. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, ele disse que “diferenças sempre vão existir” e que “debater faz parte da democracia”.

A manifestação foi uma espécie de prestação de contas de seu primeiro semestre à frente da Câmara, mas foi feita em meio a um dos maiores embates entre o Congresso Nacional - em ação articulada por Motta - com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o da disputa pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

Ao comentar, no vídeo, que conduziu a aprovação de mais de 100 projetos, sem nenhuma rejeição, Motta frisou: “Sabe o que esses números significam? Que mesmo com pensamentos diferentes, o diálogo está vencendo". Ele acrescentou: “As diferenças sempre vão existir, mas o nosso compromisso com o Brasil sempre vai ser maior”. 

“As diferenças sempre vão existir, mas o nosso compromisso com o Brasil sempre vai ser maior”, destacou o presidente da Câmara, citando pautas que estão em debate. Entre elas, PEC da Segurança Pública, reforma administrativa, regularização dos trabalhadores de aplicativo e definição de normas sobre inteligência artificial. 

“Nosso papel é esse: aprovar o que é bom para o país, e fiscalizar e combater aquilo que não é. Debater faz parte da democracia. Entregar o resultado é nossa obrigação", concluiu.  

Em maio, o governo Lula aumentou a alíquota do IOF, com impacto direto em operações empresariais, para aumentar a arrecadação em R$ 20 bilhões até o final do ano e cumprir a meta fiscal. A medida, no entanto, foi rechaçada pela maioria do Congresso sob o argumento de que a alta tributária não é a solução. 

No final de junho, deputados e senadores derrubaram o aumento do IOF, e o governo decidiu apresentar um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes suspendeu os efeitos tanto do decreto do governo, quanto da decisão do Congresso. 

Moraes também convocou os envolvidos na disputa para uma audiência de conciliação em 15 de julho. Isso significa que representantes do governo Lula, da Câmara dos Deputados e do Senado terão que sentar à mesa em busca de um acordo, com o objetivo de pôr fim à crise criada.