BRASÍLIA - Edinho Silva foi eleito presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) após eleição conturbada no domingo (6). O resultado foi anunciado pelo presidente interino do partido, senador Humberto Costa (PT-PE), nesta segunda-feira (7). O eleito recebeu 73,48% dos votos computados até o momento; o PT ainda não contabilizou votos de Bahia, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais — que só realizará a eleição estadual no próximo domingo (13).
Conforme o resultado, Rui Falcão amargou um segundo lugar com 11,15% dos votos. O terceiro lugar coube a Romênio Pereira, com 11,06%. Valter Pomar ficou em último com 4,3%. As colocações ainda podem se inverter quando acabar a apuração. Humberto Costa explicou que, até o momento, 342 mil votos foram computados, e a expectativa é que o partido ultrapasse 400 mil. "Essa previsão ainda pode crescer, porque ainda não temos quantos votarão em Minas Gerais", explicou.
Com a vitória proclamada, Edinho Silva minimizou o ambiente de disputa política que se instalou sobre o partido. Ainda que apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Edinho encontrou forte rejeição da então presidente nacional Gleisi Hoffmann. A negociação de cargos-chave no partido e a nomeação de Gleisi para a Secretaria das Relações Institucionais amenizaram o racha.
"Penso que prevaleceu o ambiente de unidade por mais que tenham contradições criadas, que são naturais da cultura democrática do PT", afirmou Silva. "É assim que se dá a disputa npolítica na tradição do partido, se acirra o debate, muitas vezes as contradições afloram. Mas, o ambiente majoritário foi de unidade", completou.
Edinho Silva também tratou a reeleição de Lula como prioridade do partido no próximo pleito e prometeu ampliar o diálogo do PT com a militância e "com todas as expressões da política que queiram construir um país sem privilégios". Ele agradeceu o apoio de Lula e disse que é hora de unificar o partido. "Construirei uma forma de conduzir o partido onde eu seja o presidente de todas as correntes, de todos os grupos do PT e de toda a militância. Meu trabalho será para unificar", declarou.
As divergências colecionadas com Gleisi Hoffmann não ganharam espaço nas declarações do presidente eleito pelo partido, que elogiou a atuação da ministra no período em que esteve à frente da sigla. "[Gleisi] é a maior dirigente da história do PT. Ela dirigiu o PT no pior momento de nossa história e soube enfrentar esse momento difícil", afirmou. Ele também indicou que o debate do fim da escala 6X1 será uma das principais bandeiras de sua gestão; ele também citou que o transporte público nas cidades é uma questão que precisa ser enfrentada.