Apesar de o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ter negado qualquer acordo para o fim da obstrução na última semana, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), apontou que o compromisso entre os líderes seria para que o fim do foro privilegiado fosse pautado ainda nesta semana.

Segundo Sóstenes, a anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Poderes em janeiro de 2023 - outra prioridade da oposição - entraria na pauta de votações em seguida. “Pautado o fim do foro, superado o fim do foro e aprovado nas duas Casas [Câmara e Senado], a gente tira a corda do pescoço dos parlamentares e pauta a seguir a anistia”, afirmou, nesta terça-feira (12/8), antes da reunião do Colégio de Líderes.
     
A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reivindica a votação do fim do foro privilegiado para que deputados federais e senadores saiam da mira do Supremo Tribunal Federal (STF). O foro dá uma prerrogativa a parlamentares de serem julgados exclusivamente por tribunais superiores por eventuais crimes cometidos durante o exercício do mandato.  

Questionado se o acordo citado poderia não ser referendado, o líder do PL na Câmara foi taxativo. “É um acordo. Nesta Casa, cumpre-se acordos. O acordo dos líderes foi este. Nós vamos pautar o fim do foro”, reiterou Sóstenes, que acrescentou que o texto será construído com os demais líderes e com Motta.

O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), por outro lado, voltou a afirmar que, na última reunião de líderes, nenhum acordo teria sido feito. “Se houve alguma reunião paralela, feita em algum lugar, essa reunião não está valendo. Esse pessoal tem que ter responsabilidade com a sociedade. (...) Esse pessoal está 'fora da casinha'”, criticou, também antes da reunião do Colégio de Líderes.

O presidente da Câmara dos Deputados não fez qualquer compromisso público de pautar o fim do foro privilegiado ou anistia até agora. Em entrevista à Veja nessa segunda (11/8), Motta chegou a afirmar que “tentou-se criar uma narrativa que havia sido feita uma negociação”, o que, enfatizou, não ocorreu.