BRASÍLIA - Ao menos dez assessores parlamentares deram poder à chefe de gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para receber, movimentar e sacar os próprios salários desde 2011. A informação foi dada pelo portal Metrópoles. A prerrogativa foi conferida a ela através de procurações registradas em cartórios na Paraíba, domicílio eleitoral de Motta.

A chefe de gabinete de Motta é Ivanadja Velloso Meira Lima, ré na Justiça Federal por, supostamente, participar de uma “rachadinha” no gabinete do deputado federal e ex-senador Wilson Santiago (Republicanos-PB). Ivanadja está lotada no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados desde 2011, quando ele assumiu o primeiro mandato como deputado federal.       

Durante o período em que estiveram lotados no gabinete de Motta, os dez assessores parlamentares receberam R$ 4,1 milhões - o montante não diz respeito ao valor total movimentado pela chefe de gabinete, função exercida por alguém de confiança de um deputado federal. Dos dez assessores, dois ainda estão nomeados no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados.

O primeiro é Ary Gustavo Soares, de 48 anos, nomeado ainda em fevereiro de 2011, logo depois de Motta assumir o primeiro mandato como deputado. O jornal Folha de S. Paulo apurou que Soares é caseiro da fazenda de Motta em Serraria (PB), a 131 quilômetros de João Pessoa. Além de caseiro, ele também seria motorista do deputado federal.

A segunda assessora é uma mulher, de 69 anos, lotada no gabinete de Motta desde março de 2013, dois anos depois do início do primeiro mandato do deputado federal. Os outros oito assessores que assinaram procurações dando poderes a Ivanadja já deixaram o gabinete do presidente da Câmara dos Deputados durante o período. 

Entre os oitos, está uma mulher de 47 anos que foi nomeada no gabinete do deputado federal Wilson Filho (PTB-PB), filho de Santiago, para quem Ivanadja havia trabalhado, logo depois de deixar o entorno de Motta. A mulher trabalhou com o presidente da Câmara dos Deputados entre maio de 2011 e março de 2012. 

O TEMPO Brasília procurou Motta e aguarda retorno. Tão logo o presidente da Câmara dos Deputados se manifeste, o posicionamento será acrescentado. O espaço segue aberto.