BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), elogiou a articulação da oposição e do Centrão que implicou na derrubada das indicações para presidente e relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes no INSS. Ele avaliou, nesta quarta-feira (27/8), que os articuladores do governo falharam.

“O que aconteceu na eleição para a presidência da CPMI foi uma construção competente dos partidos de oposição com apoio de alguns partidos do centro”, analisou em encontro de Valor Econômico e O Globo.

“A articulação do governo falhou quando não acompanhou que alguns dos integrantes indicados por partidos aliados não estariam presentes na sessão”, completou.

A derrota do governo, entretanto, não atrapalhará o avanço de propostas do Palácio do Planalto no Congresso, segundo também analisou Hugo Motta.

O que aconteceu na CPMI?

A oposição derrubou as indicações do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para presidência da CPMI, e de Hugo Motta para relator. Inicialmente, pelo acordo, Omar Aziz (PSD-AM) seria o presidente, e Ricardo Ayres (Republicanos-TO) o relator.

A oposição descobriu, entretanto, que membros titulares da CPMI pertencentes à base aliada não estariam presentes na eleição dos nomes que dirigiriam a comissão. Eles, então, foram substituídos por deputados e senadores da oposição. Com a mudança, a oposição conseguiu maioria para derrubar as indicações no voto e eleger Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente e Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) como relator.

O argumento central da oposição para derrubar as indicações de Alcolumbre e Motta é que a CPI é um instrumento de investigação e não poderia ter nos cargos da direção parlamentares alinhados à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).